Existem diversos tipos de dores e uma das mais comuns entre as mulheres é a dor na vagina. Apesar de normalmente não ser grave, é importante estar atenta se a dor for persistente ou aparece em conjunto com outros sintomas.
Com vista a obter um diagnóstico e tratamento adequado é essencial que marque uma consulta com o médico assistente ou ginecologista. No artigo pode ver algumas das principais razões para a dor na vagina.
Infeções fúngicas e urinárias
Como no órgão da mulher, a uretra é curta e a distância entre a vagina e o ânus é pequena, os fungos e bactérias tendem a espalhar-se com mais facilidade. Se tiver alterações fisiológicas na vagina e ao seu redor, inchaço e vermelhidão, corrimento ou dor ao urinar é possível que a dor esteja a ser causada por uma infeção fúngica ou urinária.
No caso de se tratar de uma infeção fúngica, o médico deverá proceder à realização de um exame pélvico e, confirmando-se o diagnóstico, é expectável que lhe seja prescrito um creme antifúngico para utilizar até os sintomas desaparecerem.
Se, por outro lado, se tratar de uma infeção urinária, que ocorre especialmente quando não há uma correta higienização da vagina ou se usar frequentemente roupas apertadas, o médico irá tentar através de exames descobrir o que causou a infeção e prescrever antibióticos, como a amoxicilina, por exemplo.
Roupas muito apertadas
É o problema mais comum quando a mulher sente dores na vagina. Isto porque as roupas muito apertadas dificultam o arejamento da zona, o que faz, inevitavelmente, aumentar a temperatura e a humidade, o que é um fator desencadeante para o aparecimento de fungos e bactérias.
Os primeiros sintomas nestes casos costumam ser dor ou ardor ao urinar.
Para o prevenir, opte por roupas leves, de tecido não-sintético e cuecas de algodão e dormir nua pode ajudar a arejar a área.
Gravidez
É normal que durante a gravidez, a mulher tenha este tipo de dores. Não há razão que justifique uma preocupação de maior. Costuma surgir com maior frequência no 3º trimestre de gravidez, quando o bebé começa a exercer pressão no útero e órgão sexual da mãe.
Neste caso, não há necessidade de efetuar qualquer terapêutica. No entanto, é importante estar alerta para verificar se não a dor vem acompanhada de outros sinais. Se tal acontecer é importante deslocar-se ao obstetra.
Vaginose bacteriana
A vaginose bacteriana é outra das possíveis causas da dor na vagina. Além de causar desconforto, pode originar corrimento, com um odor muito intenso.
Sendo a vagina um meio repleto de lactobacilos, bactérias que promovem o equilíbrio do pH vaginal, mas quando estas estão alteradas devido à presença de fungos não são boas e podem originar a vaginose.
Vaginismo
O vaginismo consiste na dificuldade e sensação extrema de dor aquando da penetração do pénis na vagina. Pode ser causada por doenças do sistema reprodutor ou órgãos sexuais ou transtornos psicológicos, devido a um parto traumático, complicações pós-cirurgia, etc.
Reações alérgicas
Algumas mulheres podem fazer alergia a detergentes de roupa, pensos higiénicos ou preservativos. Quando a dor na vagina resulta de uma reação alérgica é comum a mulher notar inchaço, comichão, ardor e vermelhidão.
O mais importante quando isto acontece é perceber qual o produto que está a causar a alergia. Deve pensar se por exemplo mudou o detergente ou a marca dos pensos higiénicos.
Secura vaginal
A diminuição do estrogénio, uma hormona feminina, pode levar à secura vaginal. Quando tal acontece, é normal que a mulher sinta dores na vagina, inclusivamente durante as relações intímas.
Com vista a diminuir o desconforto pode utilizar lubrificantes, hidratantes vaginais ou fazer um tratamento de reposição hormonal – quando prescrito pelo médico assitente.
Doenças sexualmente transmissíveis
Outra das causas bastantes comuns tem a ver com as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), cuja possibilidade aumenta se existir relações sexuais desprotegidas ou no caso de múltiplos parceiros sem proteção.
Quando se trata de DSTs, os sintomas podem ir desde vermelhidão, presença de caroços nas zonas íntimas ou envolventes, pequenas feridas ou verrugas, ardor ao urinar e corrimento vaginal.
O médico irá observar a região e pode solicitar alguns exames complementares de diagnóstico a fim de fazer o despiste.
Vulvodínia
A vulvodínia é uma dor vaginal crónica que não tem uma causa específica. Apesar de não ter uma causa conhecida, os especialistas creem que a dor surge devido à existência de um excesso de fibras nervosas na parte externa da vagina e da vulva.
Pode aparecer durante a relação sexual, ao colocar um tampão e em muitas outras situações rotineiras da vida de uma mulher.
Endometriose
A endometriose, condição que afeta uma em cada dez mulheres em idade fértil e que é responsável em cerca de 50% pelos quadros de infertilidade feminina, pode causar a dor na vagina, bem como no baixo ventre.
Esta condição ainda não tem cura. O tratamento é feito à base de terapia hormonal ou cirurgia para remover o excesso de tecido endometrial que cresce fora da cavidade uterina.
Doença inflamatória pélvica
A doença inflamatória pélvica, síndrome que ocorre quando a gonorreia e a infeção por clamídia não são devidamente tratadas, pode originar infeção no útero, trompas ou ovários.
Quistos
Determinados quistos, ou cistos, podem alterar a fisionomia da vagina, originando dor. O quisto do ovário, de Bartholin e Skene que aparecem nas glândulas da vagina podem originar dores na vagina.
Habitualmente, os sinais que podem indicar a presença de um quisto são: sangramento vaginal fora da menstruação, dor durante o contacto íntimo, dificuldades em engravidar, entre outros. O tratamento varia consoante o seu tamanho, a localização e pode ir desde a recomendação da toma da pílula anticoncecional a uma cirurgia para remover o quisto ou o útero, só em casos mais graves.
Estes são apenas algumas das possíveis causas para a dor na vagina persistente. De frisar que pode ser também apenas uma dor temporária, não sendo causada por nenhuma das hipóteses acima referidas. Contudo na presença de uma dor que não passa, deve consultar o seu médico.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.