Muitos são os casais cujo maior sonho é constituir família. Contudo, nem todos conseguem ter o tão desejado positivo no teste de gravidez. Nesses casos, existem várias técnicas de reprodução medicamente assistida (como de a fertilização in vitro, por exemplo) que ajudam o casal a conceber quando estes se deparam com um quadro súbito infertilidade.
Fertilização in Vitro
O que é?
A Fertilização in Vitro (FIV) é uma técnica de Procriação Medicamente Assistida (PMA), no qual é realizada a união do ovócito com o espermatozoide. Este processo acontece em laboratório (daí a designação “in vitro”) e pode surgir no decorrer de outras técnicas. O objetivo principal é “obter embriões já fecundados para transferir para o útero materno”, explica a IVI, grupo de Medicina Reprodutiva.
Como é realizado?
Neste tratamento de fertilidade, os ovócitos são recolhidos a partir dos ovários e fecundados com espermatozóides no laboratório, ou seja, fora do organismo da mulher. Após a fecundação surge o embrião, que é posteriormente transferido para o útero da mulher para que aconteça a próxima fase – a implantação – e assim comece uma nova etapa do casal: a gravidez.
De acordo com a rede de clínicas IVI, o processo de fecundação pode ser realizado “através da técnica FIV convencional, que consiste na colocação de um ovócito na placa de cultivo rodeado por espermatozoides, ou através da ICSI [Injeção intracitoplasmática de espermatozoides], que consiste na introdução de um espermatozoide vivo dentro do ovário, mediante a punção do mesmo, com a ajuda de uma pipeta”.
Quando a Fertilização in Vitro é indicada?
Este tratamento de PMA é indicado quando:
- existe obstrução das trompas de Falópio;
- se verifica alterações no espermograma (exame que analisa a qualidade e quantidade dos espermatozoides presentes no esperma masculino);
- em casos de endometriose;
- quando o casal está a tentar conceber sem sucesso há mais de 2 anos;
- quando a mulher tem mais de 35 anos de idade e declara ter dificuldade em conceber naturalmente;
- existem quadros de infertilidade de causas desconhecidas (cerca de 10% dos casos de infertilidade).
Mas primeiro, há que fazer exames alguns exames
José Cunha, Diretor Clínico e Médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e Sub-especialista em Medicina da Reprodução na AVA Clinic Lisboa, explica, num artigo publicado no site Atlas da Saúde, que “antes do tratamento, o casal terá de ser submetido a um conjunto de exames que variam consoante cada caso”, adiantando, no entanto, que “ambos os elementos têm que fazer o despiste de várias doenças infecciosas”. Além disso, “a mulher deve realizar uma ecografia pélvica e o homem um espermograma. Se os exames revelarem alterações ou não estiverem prontos na altura devida, o tratamento pode ter que ser cancelado”.
Etapas da Fertilização in Vitro
Para prosseguir com o tratamento, é importante que saiba que este tem uma série de etapas – como aliás, tantos outras técnicas de PMA.
1ª. Estimulação ovárica
O primeiro passo da Fertilização in Vitro, após a realização de exames de diagnóstico complementares, passa pela estimulação dos ovários. Para tal, são administradas na mulher injeções subcutâneas diárias no primeiro dia da menstruação após delinear todo o plano de tratamento com o médico. O objetivo é produzir mais do que um óvulo (o que acontece naturalmente todos os meses), para gerar mais ovócitos de forma a que se consiga obter mais do que um viável para fecundação.
A estimulação é realizada ora nas clínicas de PMA ora nos hospitais públicos designados para o efeito e demora entre 9 a 20 dias, dependendo do protocolo e da reação do corpo da mulher. Durante esse período, são efetuadas várias ecografias para avaliar a evolução dos folículos ováricos (o número, a sua dimensão e a espessura do endométrio).
2ª. Realização da punção
Assim que se observa que os folículos estão maduros, estes são retirados através de uma punção folicular, 36 horas após a administração na mulher da hormona beta-hCG (para induzir a maturação ovárica de forma idêntica à do ciclo menstrual natural).
Para a realização do procedimento médico, a mulher é submetida a uma anestesia por um período de 20 minutos, tempo necessário para que o profissional recolha os óvulos através da introdução de uma agulha muito fina na vagina.
Ainda nesse mesmo dia, a mulher inicia um novo ciclo de medicação (progesterona) via vaginal.
3ª. Fertilização dos ovócitos
Depois de realizada a punção folicular e de disponibilizado uma amostra de sémen, procede-se então à inseminação dos ovócitos.
Esta fase pode ser realizada de duas formas distintas:
“Através da técnica FIV convencional, que consiste na colocação de um ovócito na placa de cultivo rodeado por espermatozoides, ou através da ICSI [Injeção intracitoplasmática de espermatozoides], que consiste na introdução de um espermatozoide vivo dentro do ovário, mediante a punção do mesmo, com a ajuda de uma pipeta”, explica o centro de Medicina Reprodutiva IVI.
4ª. Cultivo embrionário em laboratório
Na fase seguinte, os embriões resultantes da fertilização são observados dia após dia no laboratório durante um período que vai de dois a cinco dias, onde são classificados de acordo com a sua morfologia e capacidade de divisão. Findo esse período, os especialistas selecionam os embriões viáveis para a fase seguinte.
5ª. Transferência dos embriões
Depois de efetuada a separação entre os embriões viáveis e inviáveis (aqueles que deixaram de se desenvolver), eis que chega o grande dia: o dia em que os embriões são introduzidos no útero da mulher.
Como a IVI informa no seu website, também a transferência dos embriões é realizada no bloco operatório. Mas, ao contrário da fase anterior, esta não implica qualquer anestesia, visto tratar-se “de um processo rápido e indolor”.
6ª. Vitrificação/Criopreservação dos restantes embriões
Uma vez realizada a transferência embrionária, é feita uma seleção dos embriões que estão em boas condições e que não foram transferidos para serem criopreservados (congelados/vitrificados). O objetivo é que possam ser utilizados num ciclo posterior caso o tratamento não corra como desejado.
De acordo com a AVA Clinic, as taxas de sucesso rondam os 35-45% por tentativa.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.