A primeira semana da gestação abarca dois momentos essenciais do desenvolvimento embrionário: a fecundação do óvulo por um espermatozoide e a clivagem (ou segmentação). Entenda o que acontece na primeira semana do desenvolvimento embrionário.
Primeira semana do desenvolvimento embrionário
Primeira semana do desenvolvimento embrionário: fecundação
A reprodução envolve a fusão de duas metades: um óvulo e um espermatozoide. O momento em que o espermatozoide atinge o óvulo maduro e o fecunda, é o ponto de partida para a formação de uma nova vida.
Os espermatozoides
Em cada ejaculação, o homem liberta o homem liberta entre 300 a 500 milhões de espermatozoides, se bem que apenas um vá fertilizar o óvulo. Uma vez dentro das vagina, os espermatozoides dirigem-se para cima, sacudindo a cauda, ajudados pelas prostaglandinas, que dissolvem o tampão de muco à entrada do útero.
Os espermatozoides conseguem viver entre 3 a 5 dias no aparelho genital feminino.
O óvulo maduro
Ao contrários dos espermatozoides, que o homem produz durante a vida, a partir da puberdade, a mulher não produz células sexuais. Com efeito, ao nascer, as meninas trazem já a sua reserva total de óvulos.
Durante a idade fértil da mulher, será libertado um óvulo a cada ciclo menstrual. Apesar de nascer com cerca de 600 000 oócitos (células sexuais femininas no seu estado imaturo), na prática, só cerca de 400 se desenvolvem durante a vida da mulher.
Após libertado do folículo, o óvulo vive cerca de 24 horas.
Fecundação do óvulo pelo espermatozoide
O espermatozoide contribui com 23 cromossomas que se juntam a outros 23 cromossomas do óvulo. Desta forma, a fecundação fornece à nova célula o total de 46 pares de cromossomas – material genético necessário para assegurar a vida e determinar o desenvolvimento de um novo bebé.
É também nesta altura que eventuais defeitos genéticos, como a síndrome de Down, podem ser transmitidos.
Geralmente apenas um espermatozoide consegue penetrar e fecundar o óvulo. Quando o espermatozoide fura a membrana que protege o óvulo (zona pelúcida) esta fecha-se, impedindo a entrada de outros espermatozoides.
Em algumas horas, os pró-núcleos do espermatozoide e do óvulo fundem-se dando início ao desenvolvimento embrionário. A junção do material genético de ambos os progenitores dá origem ao zigoto (designação do ovo fertilizado com 16 células), a génese do embrião.
Entre a informação genética do zigoto encontra-se o sexo do bebé, determinado logo no momento da fecundação segundo o cromossoma sexual do espermatozoide que fertiliza o óvulo.
Primeira semana do desenvolvimento embrionário: clivagem
A clivagem consiste no processo de divisão celular do zigoto (divisões mitóticas) e inicia-se algumas horas após a fecundação. Durante o processo de divisão celular, o zigoto não aumenta de tamanho; as divisões acontecem mas a célula mantém a mesma dimensão.
- Cerca de 45 horas após a fecundação, o zigoto divide-se em 4 células;
- Por volta do 5º dia, o zigoto entra no útero. É agora constituído por 64 células e passa a chamar-se mórula;
- A divisão celular prossegue e, com cerca de 100 células, a mórula passa a designar-se blastocisto, terminando a etapa da clivagem.
Algumas células do blastocisto achatam-se para formar uma massa exterior, o trofoblasto; as restantes células agrupam-se numa extremidade, formando a blastoderme ou botão embrionário.
Cada uma destas três estruturas tem diferentes funções entre si e irão desenvolver-se em simultâneo após a implantação do blastócito na parede do útero:
- Blastoderme: a partir do qual o embrião se desenvolverá.
- Trofoblasto: a partir do qual se irá desenvolver a placenta e que segrega a hormona hCG (hormona gonadotrofina coriónica humana ou hormona da gravidez), detetada no teste de gravidez;
- Blastocélio ou blastocele: cavidade de líquido amniótico que se forma no interior do blastocisto e que dará origem à cavidade amniótica.
Enquanto acontece toda esta divisão celular, o aglomerado de células desliza suavemente, ao longo das franjas da trompa de Falópio, a caminho do útero, onde se irá implantar e desenvolver até ao final da gravidez.
Animação do início do desenvolvimento embrionário
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