O corpo humano tem cerca de 30 biliões de células e a maioria delas está já destinada a determinada função. No caso das células-tronco podem ou não estar já diferenciadas e, portanto, existe a probabilidade de “adquirir” posteriormente as suas responsabilidades.
Células-tronco: o que são?
As células-tronco são células não diferenciadas, ou seja, que ainda não passaram por qualquer tipo de diferenciação celular (ainda não estão “otimizadas” de forma a serem uma célula específica com uma determinada função). Assim, podem facilmente desenvolverem-se num ou mais tipo de células no organismo (células sanguíneas, nervosas, musculares, cardíacas, glandulares e as da pele).
Algumas podem ser estimuladas a converterem-se a qualquer tipo de célula. No entanto, outras estão já parcialmente diferenciadas e apenas se podem converter, por exemplo, a um tipo de célula muscular.
Estes tipos de células dividem-se, produzindo mais células-tronco, até serem estimuladas a especializarem-se. Posteriormente, à medida que continuam a dividir-se, vão-se tornando cada vez mais especializadas, até se transformarem num único tipo celular.
Nos bebés, estas células são designadas “células estaminais“.
Onde estão presentes as células-tronco?
- Nos embriões
Quando existe fertilização in vitro (uma das várias técnicas de reprodução medicamente assistidas), podem obter-se este tipo de células a partir dos embriões previamente preparados em laboratórios e não implantados no útero da mulher.
- Nos fetos
As células-tronco podem ser obtidas a partir de fetos perdidos ou abortados a partir da 8ª semana de gravidez.
- No sangue no cordão umbilical
Neste caso, as células-tronco são coletadas após o nascimento do bebé. Estas têm apenas a capacidade de produzir células de sangue e são as mais comuns na transplantação).
- Na medula óssea das crianças
As células presentes na medula óssea são retiradas por punção lombar e só produzem células sanguíneas, que, tal como as células-tronco presentes no cordão umbilical, costumam ser utilizadas para transplantes.
Para que servem as células-tronco?
Uma vez que estas células têm a capacidade de se transformar em tecidos do corpo, como verificámos anteriormente, são muito importantes nas terapêuticas de certas patologias, tais como:
- Patologias cardiovasculares;
- Neurodegenerativas (Parkinson, entre outras);
- Acidentes vasculares cerebrais (AVC);
- Doenças hematológicas (como por exemplo, anemia falciforme e alguns linfomas);
- Condições patológicas na medula espinhal;
- Doenças metabólicas congénitas ou decorrentes de imunodeficiência (como a Diabetes Mellitus tipo 1);
- Alguns cancros, como as leucemias e o neuroblastoma.