O nascimento do bebé é talvez um dos momento mais aguardado e marcantes da gravidez. Depois da alegria da conceção, da ansiedade para chegar ao fim das primeiras 12 semanas, da revelação das ecografias chega, enfim, a hora do nascimento.
O parto pode ser motivo de medo e angústia. Tire todas as dúvidas com o seu médico, tenha uma pessoa de confiança a seu lado e tente relaxar. O nascimento é um processo natural e a sua mecânica bem conhecida pelos profissionais. Confie na sua equipa médica, no seu corpo e no seu bebé.
Fases do trabalho de parto normal
O parto normal é definido pela Organização Mundial da Saúde como:
- Parto de início espontâneo, de baixo risco no início, mantendo-se assim até ao nascimento. A criança nasce espontaneamente, em apresentação cefálica (com a cabeça virada em direção à saída do canal de parto), entre as 37 e as 42 semanas completas de gravidez. Depois do parto, a mãe e o bebé apresentam-se em boa condição.
Fases do trabalho de parto normal
O trabalho de parto inclui três fases:
- Dilatação (que se divide em duas fases: a fase latente e a fase ativa)
- Período expulsivo (saída do bebé)
- Expulsão da placenta (ou dequitadura da placenta)
Períodos do trabalho de parto normal
O parto é dividido em quatro períodos ou estádios:
- Apagamento e dilatação
- Período expulsivo
- Expulsão da placenta
- Puerpério imediato
Primeira fase: apagamento e dilatação
O primeiro período do trabalho de parto caracteriza-se pelo início de contrações regulares, apagamento e dilatação total do colo uterino. Este período é dividido em duas fases: a fase latente e a fase ativa.
- FASE LATENTE
As contrações são dolorosas e regulares com a dilatação cervical a atingir os 4 cm. Por norma, prolonga-se por 8 horas. Numa gravidez normal, sem complicações, muitas mulheres passam esta fase no conforto da sua casa.
- FASE ATIVA
O colo do útero dilata de 4 a 10 cm, sendo a média de dilatação de 1 cm por hora. Poderá ser aconselhada a movimentar-se ou a experimentar outras posições que a deixem mais confortável.
- É avaliada a frequência cardíaca fetal;
- A cabeça do bebé molda-se para facilitar a descida pelo canal de parto (os ossos do crânio do bebé estão divididos em placas separadas, cada uma capaz de se sobrepor ligeiramente sobre as outras);
- O colo do útero dilata;
- As contrações ocorrem com uma frequência de 3 contrações em 10 minutos;
- A sua temperatura, pulso e pressão arterial são avaliados regularmente.
Segunda fase: período expulsivo
A fase expulsiva do bebé inicia-se quando a dilatação está completa, ou seja, quando atinge os 10 cm, e termina com o nascimento do bebé.
O tempo necessário para expulsar o bebé varia de mulher para mulher e de gravidez para gravidez na mesma mulher. A duração média é de 50 minutos para as mulheres que estão a dar à luz o primeiro filho e de 20 minutos para mulheres que já tiveram filhos anteriormente.
A duração máxima deve ser de 2 horas para o primeiro caso e de 1 hora para o segundo. Se a mãe fez anestesia epidural, estes máximos devem ser acrescidos 1 hora.
Nesta fase, várias forças se conjugam para empurrar gradual e sistematicamente o bebé pelo canal de parto até ao exterior: as contrações uterinas, os esforços da mãe e o próprio bebé.
Mal nasce, as condições de vitalidade do recém-nascido são avaliadas mediante o teste de Apgar.
Terceira fase: expulsão da placenta
A terceira fase do parto consiste na expulsão ou dequitadura da placenta. Esta fase inicia-se logo após a expulsão do bebé e termina com a saída da placenta e membranas fetais.
O útero continua a contrair-se o que favorece a separação da placenta e o processo de hemóstase (coagulação do sangue que impede hemorragias).
A placenta, membranas e cordão umbilical são examinados para garantir que não ficam restos no útero e impedir hemorragias ou outras complicações.
Quarta fase: puerpério imediato
Após o parto, no puerpério imediato, a mãe relaxa e está completamente disponível para acolher o bebé. O contacto pele a pele iniciado logo após o nascimento deve ser mantido e encorajado.
Os parâmetros vitais da mãe são avaliados e, se necessário, o corte da episiotomia é suturado.
Bibliografia: Medicina Materno-Fetal de Luís Mendes da Graça e Colaboradores – 4ª Edição atualizada e aumentada, junho 2010. Lidel – Edições Técnicas, Lda.; Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica de Manuela Néné, Rosalina Marques, Margarida Amado Batista, Carlos Sequeira – LIDEL, Lisboa, 1ª edição impressa: outubro de 2016