A taxa de aborto, particularmente nas primeiras 12 semanas, é elevada, afetando cerca de uma em cada 5 gravidezes. Muitas mulheres nem chegam a suspeitar que estiveram grávidas. Contudo, ter um aborto não significa que não a mulher não possa ter uma gestação saudável da próxima vez.
Será que tive um aborto sem saber que estava grávida?
Um aborto é considerado prematuro quando ocorre durante as primeiras 12 semanas da gravidez. Alguns abortos acontecem subitamente sem qualquer sinal de aviso ou sintoma; contudo, a maioria dos abortos são precedidos por certos sintomas que fazem prever um desfecho infeliz da gestação por um embrião que não se desenvolve.
Conceção e gravidez
A cada ciclo menstrual, o seu corpo prepara-se para uma eventual gravidez: um dos seus óvulos amadurece e é lançado no tubo uterino que liga o ovário ao útero.
O óvulo maduro vive entre 12 a 24 horas. Se não for fecundado, morre e é removido na próxima menstruação.
Enquanto tudo isto acontece, o seu corpo cria todas as condições para acomodar o embrião, desenvolvendo a placenta, a cavidade amniótica, o saco vitelino primitivo e o tampão mucoso.
1º Trimestre e desenvolvimento embrionário
Fatores que podem levar a aborto espontâneo
As primeiras semanas da gravidez são particularmente sensíveis para o desenvolvimento embrionário. Há um conjunto de fatores que podem não estar alinhados e o embrião não conseguir desenvolver-se, culminando na sua expulsão e a mulher acaba por menstruar sem se aperceber que houve fecundação.
- Se a divisão celular não ocorrer corretamente;
- Se não existirem movimentos contrateis das paredes da trompa (que empurram o ovo em direção ao útero);
- Se existir algum processo inflamatório que interfira na correta divisão (alterações cromossómicas que impedem o desenvolvimento normal do embrião);
- Se existir algum fator que interfira no percurso do ovo até à cavidade uterina.
A mulher pode nem se aperceber que esteve grávida
Na fase inicial da gravidez, apesar da conceção bem sucedida, ainda é muito cedo para saber que está grávida. Enquanto algumas mulheres sentem precocemente alguns sintomas, outras não se apercebem de nada até lhes faltar a primeira menstruação ou sofrerem um aborto.
Muitas mulheres nem chegam a perceber que estiveram grávidas, confundindo um aborto com um período menstrual mais abundante. Este pode ser acompanhado por cólicas menstruais mais fortes e com a expulsão de um material sanguinolento, com uma parte avermelhada e uma parte esbranquiçada ou coágulos de sangue. O sangramento pode durar uma a duas semanas mas varia de mulher para mulher.
Procurar ajuda médica
Se suspeitar que teve um aborto, é muito importante que consulte o seu ginecologista para observação do útero e para se certificar que não resta nenhum material da gestação no seu interior.
Se tiver sangramento intenso (um dos sintomas de gravidez ectópica), cólicas ou dores abdominais, fraqueza ou tonturas, febre ou um corrimento fora do normal, deve consultar o médico com urgência.
Após um aborto, o corpo da mulher precisa de cerca de 6 semanas para recuperar os níveis hormonais anteriores à conceção e voltar a menstruar. Por norma, os médicos recomendam aguardar 3 a 6 meses antes de voltar a tentar engravidar.
A perda do bebé e as sua emoções
A perda de um bebé esperado e desejado, é sempre uma altura frágil em que a mulher se questiona sobre o porquê do que aconteceu.
Converse com o seu médico para esclarecer todas as suas dúvidas relativamente ao aborto e seus efeitos.
O exercício físico, assim como ocupar-se com coisas que gosta de fazer, como ler, ouvir música ou ir ao cinema, podem ajuda-la nesta fase mais difícil. Terapias como o reiki, yoga, ou pilates ajudam a relaxar e a melhorar os níveis de stress e ansiedade.
É importante resolver-se a nível emocional, sentir-se bem, calma e preparada antes de embarcar numa nova gravidez.
As primeiras 12 semanas da gravidez, são as mais sensíveis do desenvolvimento. A fragilidade da vida e profunda complexidade de todas as transformações que devem ocorrer para dar origem a um futuro bebé podem dar origem a erros incompatíveis com a vida.