Gravidez anembrionária ou gravidez anembriónica é uma complicação que se refere a um óvulo fertilizado que se implanta no útero, começa a desenvolver a placenta (que produz a hormona Beta-hCG) mas não se transforma num embrião.
Gravidez anembrionária
Gravidez anembrionária: que é?
Gravidez anembrionária é uma complicação que se refere a um óvulo que foi fertilizado por um espermatozoide e se implantou na parede uterina, mas que não se desenvolveu num embrião (ovo anembrionado ou ovo cego).
Na gravidez anembrionária, pode ver-se, através de uma ecografia, um saco gestacional vazio, sem embrião lá dentro.
Causas gravidez anembrionária
As causas da gravidez anembrionária não são totalmente conhecidas, sendo considerado um acidente da Natureza. Quando um óvulo é fertilizado, as células começam a multiplicar-se e diferenciar-se, para dar origem ao embrião e a estruturas vitais como a placenta e o saco gestacional.
A fase inicial do desenvolvimento embrionário é particularmente sensível e, por vezes, o embrião não é compatível com a vida. Nestes casos, a mulher pode acabar por ter um aborto espontâneo sem se chegar a aperceber que esteve grávida.
Quando tal não ocorre, e apesar de não existir embrião, a placenta e as membranas continuam a desenvolver-se. Nestes casos, a hormona Beta-hCG, ou hormona da gravidez, continua a ser produzida e, se a mulher fizer um teste de gravidez, o resultado será positivo.
Diagnóstico gravidez anembrionária
Para que a gravidez seja considerada inviável, será necessário fazer o diagnóstico no hospital através de uma ecografia transvaginal. Caso o diâmetro médio do saco gestacional seja superior ou igual a 25 mm, sem embrião visível, é provável que o diagnostico de gravidez inviável seja logo assumido e dado seguimento para eliminar os produtos da gestação.
Caso o tamanho do saco gestacional seja inferior a 25 mm, a ecografia será realizada com um intervalo mínimo de 7 dias para verificar se existe crescimento do saco gestacional e do embrião.
Sintomas gravidez anembrionária
A ausência do desenvolvimento do embrião não tem sintomas específicos associados. Normalmente, esta complicação é diagnosticada na ecografia do 1º trimestre.
Algumas mulheres podem obter um resultado positivo no teste de gravidez mas não ter qualquer sintoma precoce da gravidez como náuseas, vómitos ou peito sensível. Por vezes, pode ocorrer sangramento vaginal.
Tratamento gravidez anembrionária
Quando se confirma que não existe embrião, é necessário garantir que o útero fica completamente limpo. Algumas mulheres expulsão espontaneamente as estruturas ovulares mas, quando tal não acontece, é necessário fazer uma curetagem para esvaziar o útero.
Depois do procedimento, podem desenvolver-se sintomas como dores abdominais, febre, náuseas, vómitos e diarreia. Em caso de perda de sangue acentuada, hemorragia nos 15 dias seguintes à alta hospitalar, dores abdominais fortes ou temperatura acima dos 38º C, é recomendado recorrer ao serviço de urgência.
Gerir a perda
Quando o casal descobre que a gravidez não está a evoluir como previsto há uma enorme sensação de perda e vazio. Contudo, não devem desanimar uma vez que a maioria das mulheres consegue voltar a engravidar e ter uma gestação normal.
Também é normal que viva a próxima gravidez com mais ansiedade, especialmente nas primeiras semanas, quando ainda não é possível confirmar se o embrião se está a desenvolver como esperado (o que pode acontecer se realizar uma ecografia antes das 6 semanas, altura em que o embrião ainda é minúsculo).
Tentar de novo
Uma gravidez anembrionária não significa que a mulher não possa engravidar novamente e ter uma gestação perfeitamente normal, sem qualquer complicação.
O ideal será aguardar entre 3 a 6 meses para tentar uma nova gravidez. Este é o tempo que o organismo precisa para recuperar e o sistema reprodutor fica pronto para uma nova fecundação.
Cerca de 3 a 4 semanas após o procedimento, a mulher pode começar a ovular. Nesta altura, o útero ainda está muito fragilizado, pelo que é aconselhável usar um método contracetivo (pílula, preservativo) para evitar uma gravidez precoce. O aconselhamento médico é fundamental.