Milhões de pessoas já ouviram milhares de locutores na palestra TED ou TEDx. Nessas conferências existe sempre pelo menos um orador que muda a forma como vemos a cultura. Prova disso é Brené Brown, que discutiu em 2010, o papel da vulnerabilidade, e será provavelmente o caso de Diana Spalding, enfermeira parteira e fundadora de Gathered Birth, que falou em 2020 sobre o tema “E se nutríssenos as mães?”.
O debate tinha como propósito colocar a América a pensar sobre o assunto, já que é uma das conferências mais vistas em todo o mundo.
Como parteira, Diana Spalding, mostrou-se, durante a apresentação, maravilhada com a capacidade e força das mulheres que davam à luz. Contudo, há uma pergunta que considera extremamente importante: “Em que altura a mulher que conseguiu este feito deixa de ser importante?”.
De acordo com a especialista, algures entre o nascimento e o começo da jornada da maternidade, “deixamos de cuidar das nossas mães”.
De acordo com a segunda pesquisa anual sobre o estado da maternidade da Motherly, 85% das mulheres acredita que a sociedade não as apoia o suficiente. Ou seja, a maioria das mães nos EUA sente-se pouco apoiada, e não sabe porquê.
A taxa de mortalidade materna nos EUA está a aumentar consideravelmente. As mulheres negras têm uma probabilidade 3 a 4 vezes maior de morrer na gravidez, no parto e de complicações pós-parto.
Não existindo no país um programa de licença parental remunerada, isso pressupõe que algumas mães regressem ao trabalho enquanto estão ainda a recuperar do parto.
“Como podem ver, as consequências são terríveis. Mas isso também significa que, quando corrigirmos, o impacto será profundo”, declara Diana Spalding.
Portanto, de acordo com a enfermeira parteira, as mulheres estão sob uma pressão intensa que está a causar muito sofrimento nas famílias, crianças e tem repercursões na própria economia nacional.
Durante o debate, Diana disse:
“A mudança cultural é avassaladora, assustadora e aparentemente impossível… quase como o nascimento, não é? Mas isso não significa que não o consigamos fazer. Fazemo-lo pouco a pouco, uma contração de cada vez [tal como no processo de mudança de paradigma social].”