Mais de 700 mil crianças e adolescentes brasileiras trabalham em ocupações consideradas perigosas, com riscos ocupacionais e repercussões à saúde. Os 89 tipos de trabalho diferentes incluem-se em diferentes setores económicos.
Os dados conhecidos agora são referentes a 2019, sendo que listam a situação de crianças entre os 5 e os 17 anos de idade. O levantamento destas informações foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE comparou a lista de Trabalho Infantil Perigoso (TIP), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com as ocupações presentes nas respostas reunidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios feita junto à população do país.
A lista inclui 89 tipos de trabalho, em praticamente todos os setores económicos, considerando os respetivos riscos ocupacionais e repercussões à saúde. Entre os 5 e 13 anos, assim como entre 0s 14 e 15, mais de 50% das crianças e jovens que trabalhavam estavam numa situação de risco.
Este órgão brasileiro registou, no entanto, uma queda na taxa de trabalho infantil. Entre 2016 e 2019, verificou-se uma redução de 16,8%. A queda do trabalho infantil foi observada tanto em termos absolutos como na proporção da população tendo sido ligeiramente maior para a população de rapazes e meninos, do que entre as mulheres.
A maioria das crianças que trabalha no Brasil é do sexo masculino (66,4%). Já a percentagem crianças do sexo feminino ficou nos 33,6%. A grande maioria, cerca de 66%, identifica-se como negra. Os brancos são cerca de 33%.
A sondagem também mostrou que 25% dos jovens brasileiros de 16 a 17 anos que trabalhavam cumpriam jornadas de mais de 40 horas semanais. No total, estima-se que 1,8 milhões de crianças brasileiras estejam em situação de trabalho infantil, sendo que praticamente metade trabalha sem contrato ou acordo de trabalho.
29 de dezembro 2020