Na semana passada, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social admitiu a possibilidade de acrescentar mais duas crianças por sala nas creches, com estes espaços a funcionar em permanência e em unidades modulares, ou contentores.
A possibilidade da entrada demais duas crianças por sala, no caso das salas com crianças de um e dois anos, vai permitir criar cerca de seis mil lugares, um número que ainda está muito aquém das expetativas. A portaria prevê também o alargamento de horários, com as creches a funcionar durante a noite e aos fins de semana.
A oposição e os sindicatos criticam a medida que prevê que as creches funcionem em permanência e o facto de nada ser feito em relação à contratação de mais profissionais. A portaria emitida pela ministra Ana Mendes Godinho alega responder à melhoria da conciliação entre trabalho, vida pessoal e familiar.
Em declarações à TSF, a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, rejeita as críticas que estão a ser feitas às decisões do Governo relativamente às creches, argumentando que “o que está aqui em causa é o facto de termos apostado numa política de gratuitidade das creches que, neste momento, abrange 58.600 crianças, mas é preciso continuar a apostar na construção de novas creches através de uma construção de raiz, da remodelação ou reconversão do espaço.”
Relativamente às críticas sobre o aumento de alunos por sala, Ana Sofia Antunes explica que nas creches que já estão em funcionamento e em que existem três salas (berçário, sala de marcha, que é a sala do um aos dois anos e a terceira sala, dos dois aos três anos) permite-se “aumentar o número de 14 crianças, previsto na lei, para 16, desde que a sala cumpra os metros quadrados necessários” para juntar essas duas crianças ao grupo.
10 de julho 2023