Durante os últimos dois anos, registou-se um aumento de casos de morte de crianças e bebés por afogamento, num total de 274. Entre 2016 e 2019, não tinham sido registados mais do que três mortes de menores por afogamento, anualmente. Estes números são o mote da nova campanha da Associação para a promoção da Segurança Infantil (APSI), em colaboração com a GNR.
“A Morte por Afogamento é Rápida e Silenciosa” é o nome da campanha deste ano, lançada na passada sexta-feira, 15 de julho. Sandra Nascimento, presidente da APSI, entende que o aumento de mortes de crianças por afogamento dos últimos anos, pode também estar relacionado com as restrições colocadas no acesso às praias, devido |às medidas de confinamento. Muitas famílias decidiram colocar piscinas em casa, contexto onde se verificam mais mortes de menores.
“Houve uma grande procura de zonas com piscina, por casas para arrendamento ou de férias com piscinas e, nas grandes superfícies, também houve maior procura por piscinas grandes, que são montadas pelas próprias famílias”, explicou a responsável à TSF.
“Acreditamos que poderá ter aumentado a exposição a um maior risco de afogamento”, adiantou Sandra Nascimento. De acordo com os dados da APSI, as crianças até aos quatro anos são as que mais se afogam em piscinas.
2022 marca a primeira vez que a GNR se envolve na campanha da associação. No comunicado lançado devido à iniciativa, é salientado que apesar de este ser um acidente que pode acontecer em qualquer altura do ano, é sobretudo nos meses de verão que as famílias aproveitam os locais com água por perto, como praias, rios, barragens, piscinas ou tanques, onde os acidentes podem acontecer.
A campanha, que se prolonga até 15 de setembro, vai consistir na distribuição de folhetos a apelar |à prevenção. O apoio da GNR é fundamental, no que diz respeito ao alcance territorial e conhecimento de proximidade das localidades.
A campanha “A Morte por Afogamento é Rápida e Silenciosa” apela aos pais para ensinarem as crianças a nadar o mais cedo possível, ainda que segundo a APSI isso não basta para evitar mortes de crianças por afogamento.
A solução passa por, além de saber nadar, implementar todas as restantes medidas de proteção.
18 de julho 2022