A Hogares Bambi é uma organização não-governamental (ONG) da Venezuela, fundada há mais de 26 anos, e que procura agora padrinhos e madrinhas portugueses, que possam ajudar a garantir um futuro digno para as crianças que acolhem, e que se encontram em situações de risco.
Maria Alexandra Muñoz-Tébar lançou o apelo a Portugal, através de uma entrevista com a Agência Lusa. “Um pouco antes da pandemia (da covid-19), as coisas já se tinham complicado, ficando difíceis por causa da crise que estamos a atravessar. A Bambi é uma instituição que exige muito de nós porque tentamos dar a estas crianças tudo o que elas precisam”, destacou a responsável pelas relações institucionais e angariação da Hogares Bambi.
Esta ONG está presente na Venezuela, com cinco lares em San Bernardino, Caracas. Acolhem crianças de todos os escalões sócio-económicos, sobretudo algumas que estão em risco de não ter casa ou de não receberem cuidados de saúde básicos.
“Eles recebem as suas refeições (diárias), têm tido formação, mas tem ficado muito difícil para nós, para as pessoas e instituições que nos ajudam na Venezuela por causa da crise. Por isso, nos últimos anos, voltamo-nos para as pessoas do estrangeiro. É com a ajuda delas que estamos hoje a sobreviver e a dar a estas pequenas crianças tudo o que elas merecem”, acrescentou Maria Alexandra.
O programa de apadrinhamento da associação prevê que a pessoa participante possa acolher a criança como afilhado, apoiar nas despesas e até visitá-la periodicamente. “O que muitas das nossas crianças precisam é de amor, que o seu padrinho venha e lhes dê um abraço, que lhes ligue no aniversário, e isso é tão valioso para nós como a contribuição económica que esse padrinho possa dar”.
Nesta altura residem cerca de 130 crianças nos cinco lares da Hogares Bambi, sendo que acontece inclusive receberem crianças recém-nascidas, abandonadas em hospitais, igrejas e na porta da instituição.
Em circunstâncias “normais”, as crianças chegam referenciadas pelos organismos competentes, conselhos de proteção, conselhos municipais e tribunais, com o objectivo final de poder voltar a integrar as suas famílias, que recebem também atenção e são canalizadas para programas distintos.
4 de janeiro 2023