Segundo a Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), vários optometristas têm reportado a existência de incidentes oculares, alguns a necessitar de intervenção hospitalar.
Estes incidentes estão relacionados com o contacto de desinfetante, soluções alcoólicas ou álcool-gel nos olhos das crianças. Irritações na córnea e conjuntiva, com perturbação da visão são as principais consequências, como indica Raúl de Sousa presidente da APLO.
Em comunicado, enviado esta manhã para várias redações, a PLO alerta para a necessidade imperativa da colocação de sinalética e informação, sobretudo em escolas e infantários, que alerte para os riscos e complicações, caso a solução desinfetante entre em contacto com os olhos das crianças.
A mesma preocupação é estentida a parques infantis, restaurantes, centros e espaços comerciais. A APLO alerta também para a posição dos dispensadores destas substâncias desinfetantes e alcoólicas. Esta entidade considera alarmante que os dispensadores em posição para uso por adultos, correspondam à altura média de uma criança de oito anos.
Segundo a APLO são necessárias então precauções extraordinárias no manuseamento destas substâncias por parte dos mais pequenos.
Segundo o comunicado, “podendo ocorrer a ejeção de desinfetante de forma dispersa e descontrolada, atingindo o olho e os anexos oculares. A utilização destes produtos deve ser feita com cuidado e as crianças, que têm o hábito de tocar mais frequentemente nos olhos, devem ser sensibilizadas para esta questão.”
A APLO irá fazer chegar estas e outras recomendações à Direção-Geral de Saúde (DGS). Contudo avisa a população, especialmente pais, professores, educadores e auxiliares, para adotarem procedimentos de proteção, em caso de contacto das soluções de álcool com os olhos.
Além da parte mais logística, as crianças têm o hábito de tocar mais frequentemente na cara e olhos com as mãos, “podendo ocorrer a ejeção de desinfetante de forma dispersa e descontrolada, atingindo o olho e os anexos oculares”, o que leva a que surja o alerta neste início de ano letivo.
“Em caso de contato destes produtos com os olhos, a primeira medida deve passar imediatamente por lavar a região com água em abundância, contactar o SNS24 e procurar um profissional de saúde para avaliar a gravidade da lesão”.
18 de setembro 2020