Desde 1989 que o número de nascimentos não era tão baixo em Portugal. O primeiro semestre de 2021 ficou marcado por uma queda abrupta da natalidade, de acordo com os resultados do último relatório do chamado “teste do pezinho”. Lisboa e Porto continuam a contabilizar mais nascimentos.
Durante os primeiros seis meses de 2021 nasceram 37675 bebés em Portugal, menos 4474 do que durante o mesmo período do ano passado. Os dados, recolhidos no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), foram divulgados hoje pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.
Este é o valor mais baixo registado desde 1989. Durante os últimos 30 anos, o número de nascimentos ficou abaixo dos 40 mil apenas duas vezes.
Os dados divulgados hoje revelam que durante o primeiro semestre, os números da natalidade por distrito foram os seguintes: 11208 nascimentos registados em Lisboa, 7008 no Porto, 2765 em Braga, 253 em Bragança, 269 em Portalegre e 282 na Guarda.
Os últimos valores conhecidos antes deste registo tinham sido de outubro de 2020. Também no período analisado na altura, de janeiro a outubro de 2020,Lisboa e Porto se destacaram no relatório. Por esta altura, Portugal registava também um menor número de nascimentos — uma quebra de 1,2% em relação ao mesmo período analisado em 2019.
O rastreio neonatal, “teste do pezinho”, realiza-se em Portugal desde 1979. Tem o objetivo de diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida, realizando-se entre o terceiro e o sexto dia de vida do bebé nas maternidades, hospitais ou centros de saúde, e consiste na colheita de algumas gotas de sangue através da picada do calcanhar do bebé.
Atualmente, 99% dos bebés recém-nascidos são abrangidos por este programa, o que permite que, após o rastreio e a confirmação do diagnóstico, os bebés sejam encaminhados para a rede de Centros de Tratamento, sedeados em instituições hospitalares de referência, contribuindo para a prevenção de doenças e ganhos em saúde.
2 de agosto 2021