Conheça as principais causas da anemia do recém-nascido, como é realizado o diagnóstico e o tratamento. A anemia é uma condição médica através da qual o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis suficientes para transportar oxigénio para os tecidos do corpo. Quando os tecidos não recebem a quantidade adequada de oxigénio, muitos órgãos e funções podem ser afetados.
Anemia do recém-nascido
Causas da anemia do recém-nascido
A anemia do recém-nascido pode ocorrer quando:
- Os glóbulos vermelhos são decompostos muito rapidamente;
- O recém-nascido perdeu muito sangue (hemorragia);
- A medula óssea não produz glóbulos vermelhos em quantidade suficiente.
1. Os glóbulos vermelhos são decompostos muito rapidamente
Quando glóbulos vermelhos são decompostos muito rapidamente, as concentrações de bilirrubina aumentam e tanto a pele como a parte branca dos olhos do recém-nascido parecem amareladas (icterícia neonatal).
A rápida decomposição dos glóbulos vermelhos resulta em anemia e em concentração elevada de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia). A doença hemolítica do recém-nascido, por exemplo, é uma condição grave pois pode levar à rápida destruição dos glóbulos vermelhos do bebé.
Os glóbulos vermelhos também podem ser destruídos mais rapidamente do que o normal quando o recém-nascido sofre de uma anomalia hereditária dos glóbulos vermelhos. Um exemplo desta situação é a esferocitose hereditária, na qual os glóbulos vermelhos parecem pequenas esferas quando observados ao microscópio.
Algumas infeções adquiridas antes do nascimento, como a toxoplasmose, a rubéola, o citomegalovírus, o herpes simples e a sífilis também podem destruir rapidamente os glóbulos vermelhos. As infeções bacterianas adquiridas durante ou depois do parto têm o mesmo efeito.
O tratamento pode envolver fluidos administrados por via intravenosa seguidos de uma transfusão de sangue ou de uma exsanguíneo-transfusão.
2. O recém-nascido perdeu muito sangue (hemorragia)
Quando há uma grande e rápida perda de sangue, o recém-nascido pode entrar em choque, ficar pálido, apresentar frequência cardíaca acelerada e pressão arterial baixa.
A perda de sangue pode dever-se a múltiplos motivos:
- Quando há uma transfusão de sangue do feto através da placenta (órgão que liga o feto ao útero e proporciona nutrição ao feto) para a circulação da mãe (transfusão materno-fetal);
- Quando a placenta retém sangue em excesso no parto, quando o recém-nascido é mantido acima do abdómen materno enquanto o cordão umbilical é pinçado.
- Quando há transfusão de sangue entre irmãos gémeos durante a gravidez, na qual o sangue flui de um feto para o outro, causando anemia num dos fetos enquanto o outro feto retém sangue em excesso (policitemia);
- Quando a placenta se descola da parede uterina antes do parto (descolamento da placenta).
Quando a perda de sangue é menos grave ou este é perdido gradualmente, o recém-nascido parece normal, mas pálido.
O tratamento pode envolver fluidos administrados por via intravenosa seguidos de uma transfusão de sangue ou de uma exsanguíneo-transfusão.
3. A medula óssea não produz glóbulos vermelhos em quantidade suficiente
Normalmente a medula óssea não produz novos glóbulos vermelhos entre o nascimento e as três ou quatro semanas de vida o que leva a uma queda lenta na contagem dos glóbulos vermelhos (a designada anemia fisiológica) nos primeiros dois ou três meses de vida.
Em casos raros, a medula óssea não tem capacidade para produzir glóbulos vermelhos suficientes o que resulta em anemia.
Os recém-nascidos muito prematuros (que nascem antes das 28 semanas de gestação) apresentam uma queda um pouco maior na contagem de glóbulos vermelhos.
A anemia mais grave pode ocorrer quando:
- Os glóbulos vermelhos são decompostos muito rapidamente;
- É recolhido muito sangue a bebés pré-termo (quando o parto ocorre entre as 22 e a 36 semanas de gravidez + 6 dias) para realização de exames;
- É perdido muito sangue durante o trabalho de parto ou durante o parto;
- A medula óssea não produz células sanguíneas em quantidade suficiente.
Entre os exemplos desta deficiência de produção de glóbulos vermelhos incluem-se distúrbios genéticos raros como a anemia de Fanconi e a anemia de Diamond-Blackfan. Algumas infeções (como a infeção por citomegalovírus, sífilis congénita e HIV) também impedem que a medula óssea produza novos glóbulos vermelhos.
Sintomas da anemia do recém-nascido
A maioria dos bebés com anemia leve ou moderada não apresenta sintomas. A anemia moderada pode resultar em lentidão (letargia), má alimentação ou nenhum sintoma.
Os recém-nascidos com perdas súbitas de grandes quantidades de sangue durante o trabalho de parto podem entrar em choque, ficar pálidos, apresentar frequência cardíaca acelerada, pressão arterial baixa e respiração rápida e superficial.
Quando a anemia resulta da rápida decomposição de glóbulos vermelhos, ocorre também um aumento da produção de bilirrubina, e a pele do recém-nascido e as partes brancas dos olhos ficam amarelas (icterícia).
Diagnóstico da anemia do recém-nascido
O diagnóstico da anemia do recém-nascido baseia-se na observação dos sintomas sendo confirmado através de exames de sangue.
Tratamento da anemia do recém-nascido
A maioria dos bebés com anemia leve e não precisam de tratamento.
Os recém-nascidos que perderam uma grande quantidade de sangue são tratados com fluídos intravenosos seguidos de transfusão.
A anemia muito grave, causada pela doença hemolítica, pode também exigir transfusão de sangue, mas a anemia é mais frequentemente tratada com uma exsanguíneo-transfusão, o que ajuda a diminuir as concentrações de bilirrubina e aumenta a contagem de glóbulos vermelhos.
Numa exsanguíneo-transfusão, é gradualmente removida uma quantidade reduzida de sangue do recém-nascido e substituída por um volume igual de sangue doado fresco.