Conceção e gravidez: os primeiros dias

O que se passa no seu corpo ainda antes de engravidar? Que alterações acontecem com vista à criação de todas as condições necessárias para a conceção e desenvolvimento embrionário?

O que se passa no corpo da mulher antes de engravidar? Que alterações acontecem com vista à criação de todas as condições necessárias para a conceção e desenvolvimento embrionário? Qual o papel do ciclo menstrual na fertilidade da mulher e na possibilidade de conceber? Conheça a resposta a estas questões sobre a conceção e gravidez.

Conceção e gravidez

Ciclo menstrual e gravidez

Todos os meses, um dos seus ovários liberta uma célula reprodutora, o óvulo. Se tiver relações sexuais desprotegidas durante o seu período fértil, dá-se a conceção e gravidez.

Seja ou não fecundado por um espermatozoide, o óvulo passa pelas trompas de Falópio até chegar à cavidade uterina. Se não for fecundado, o óvulo desprende-se e é reabsorvido pelo organismo.

Entretanto, no interior do útero, começa a formar-se uma camada de tecido, altamente irrigada com vasos sanguíneos, preparando-o para alojar o óvulo, que desce suavemente pelas trompas.

Se o óvulo não tiver sido fecundado, esta “cama”, preparada especialmente para o acolher, não é necessária e liberta-se, originando o próximo período menstrual. Com a ajuda de contrações uterinas (cólicas menstruais), este sangue e a camada de tecido que revestia o útero, são expelidas.

Os ovários

Os ovários encontram-se um de cada lado do útero e são, aproximadamente, do tamanho da unha do polegar e contêm milhares de óvulos minúsculos. Quando nascem, as meninas já têm nos seus ovários entre 1 e 2 milhões de óvulos imaturos. Por volta dos 6 meses de vida, haverá apenas 1 milhão.

Este número irá diminuindo gradualmente ao longo da infância e, quando chega à puberdade, restam cerca de 300 000 de óvulos. Até ao fim da vida, libertará entre 400 a 500 óvulos.

O útero

Com a forma de uma pera invertida, o útero é um órgão formado por músculos com uma elasticidade muito grande, o que lhe permite acompanhar o crescimento do feto ao longo da gravidez.

O papel das hormonas na conceção e gravidez

Este ciclo repete-se todos os meses, durante a idade fértil da mulher, na expectativa de uma conceção e gravidez. O ciclo mensal é controlado por hormonas, mensageiros químicos que percorrem todo o organismo através da circulação sanguínea.

Antes do ciclo menstrual se iniciar, a glândula pituitária, situada na base do cérebro, produz uma hormona-matriz. O cérebro, por seu turno, liberta uma hormona que faz com que os ovários produzam estrogénio, hormona responsável pelo amadurecimento de um dos milhares de óvulos imaturos que existem nos ovários.

Por sua vez, os ovários enviam uma mensagem hormonal ao útero e o seu tecido interno começa a engrossar criando as condições necessárias para a implantação do óvulo. Quando este fica maduro, o óvulo é libertado para as trompas de Falópio. O momento de libertação do óvulo chama-se “ovulação”.

É possível saber quando ocorre a ovulação?

Algumas mulheres sentem uma dor ligeira a meio do ciclo menstrual, quando o óvulo é libertado do folículo. Esta dor tem o nome de Mittelschmertz, palavra de origem alemã que significa “dor intermédia” ou “dor do meio do ciclo”. Muitas mulheres também notam um ligeiro corrimento vaginal esbranquiçado, ou amarelado e viscoso, a meio do ciclo.

É aquilo a que se chama o “muco”, oriundo do cérvix, a parte interior do útero. Esta substância ajuda na subida do esperma pela vagina até às trompas de Falópio, onde o óvulo os aguarda. As mulheres podem aprender a reconhecer este muco, que assinala a altura do mês em que a fertilidade é maior e a possibilidade de engravidar também.

Apesar deste corrimento se tornar mais evidente a meio do ciclo, a vagina segrega sempre uma substância que a ajuda a afastar as bactérias e a manter-se limpa. Este muco sofre ligeiras alterações ao longo do mês.

O que acontece depois do óvulo ser libertado?

Quando o óvulo é libertado pelo folículo maduro, os ovários produzem uma segunda hormona, a progesterona, que prepara o útero para acolher o óvulo fecundado.

Como é fecundado o óvulo?

Em cada ejaculação, o homem liberta cerca de 300 a 500 milhões de espermatozoides. Cada espermatozoide está programado para uma única missão: procurar um óvulo e fertilizá-lo.

À medida que os espermatozoides mais resistentes sobem pelo canal das trompas de Falópio, estas contraem-se delicadamente e empurram-nos na direção do óvulo, que os aguarda. Das poucas centenas que conseguem alcançar as Trompas de Falópio e forçar a entrada no óvulo, normalmente, apenas um (o mais forte e apto) o consegue perfurar e fertilizar.

No momento em que o espermatozoide penetra a zona pelúcida (membrana que protege o óvulo) esta fecha-se para impedir que outros espermatozoides entrem no óvulo.

O óvulo fertilizado tem agora toda a informação genética necessária para gerar uma vida nova. No momento da conceção, o sexo, as características físicas e eventuais problemas se saúde hereditários já foram determinados.

O que acontece se o óvulo for fecundado?

Se for fecundado, o óvulo desce pelas trompas de Falópio em direção ao útero que, entretanto, se revestiu com um tecido esponjoso e rico em sangue, para alojar o óvulo fertilizado.

Enquanto desce a caminho do útero, as células multiplicam-se exponencialmente e começam a diferenciar-se para dar origem ao corpo do bebé e às suas estruturas de suporte de vida no ventre.

As hormonas produzidas pelos ovários, em resposta à fertilização do óvulo, permitem que a gravidez avance até ao momento em que a placenta, órgão responsável pela alimentação do feto e que é expulsa na 3ª e última fase do trabalho de parto, esteja suficientemente madura para assumir essa função, o que acontece por volta do 3º mês da gestação.

E se o óvulo não for fecundado?

Caso o óvulo não seja fecundado, os níveis de estrogénio e de progesterona baixam e o óvulo avisa a glândula pituitária que não há gravidez. Então, reinicia-se todo o ciclo. O revestimento uterino solta-se e aparece o período.