As nossas mini-férias começaram com um passeio pelo Alto Douro Vinhateiro, precisamente no fantástico Longróiva Hotel &Termal Spa, que escolhemos para o nosso alojamento nesta viagem.
Passeio pelo Alto Douro Vinhateiro
No nosso passeio pelas bonitas paisagens do Douro, fomos ao Miradouro da Senhora do Viso, que tem uma maravilhosa paisagem a 360º. Lá no topo encontram mesas e espaços para descansar e apreciar a paisagem. Visitámos também o Miradouro de Vargelas que nos oferece uma maravilhosa paisagem dos socalcos de vinhas, com o rio a serpentear pelo meio. Seguiu-se mais um passeio até à bonita aldeia histórica de São Xisto e ao cais da Ferrodosa. Este percurso, sempre por estradas secundárias, é muito bonito e cruza as maravilhosas e únicas paisagens do Douro.
Torre de Moncorvo com crianças
A pequena mas importante Vila de Torre de Moncorvo, é uma caixinha de surpresas. Com cerca de três mil habitantes, pertence ao distrito de Bragança. Muito sossegada e “arrumadinha”, a Vila de Torre de Moncorvo guardava algumas surpresas para nós.
A primeira surpresa desta pequena vila é a sua imponente igreja, mesmo no centro da vila. Esta é uma das maiores igrejas de Trás-os-Montes e Alto Douro, com dimensões dignas de uma sé. A sua torre sineira é visível de quase toda a vila.
Depois de um passeio pelo centro da vila, fomos ao Turismo para procurar descobrir o que não podíamos deixar de visitar na vila. Indicaram que nos podiam fazer uma visita guiada à Casa da Roda, assim como ao Museu de Arte Sacra e ao Núcleo da Fotografia. Marcámos uma hora e no dia seguinte fomos fazer a visita guiada.
Casa da Roda
A Casa da Roda foi, sem dúvida, o sitio que os miúdos mais gostaram de conhecer devido à sua história. A Casa da Roda era uma casa onde, há muitos anos, as mães deixavam os filhos recém-nascidos que não queriam ou não tinham possibilidade de criar.
E porquê o nome Casa da Roda? Porque, efetivamente, havia uma roda onde se podia deixar as crianças os bebés, juntamente com um bilhete, a partir do lado de fora e de forma completamente anónima . A criança era colocada na roda e ao rodá-la ela entrava dentro da casa, onde a esperava a rodeira que cuidava da criança.
Embora seja triste pensar nisso, é algo que faz parte da história. Curiosamente, foi o que despertou mais curiosidade aos miúdos.
Museu de Arta Sacra
O Museu de Arte Sacra possui uma coleção com peças muito importantes para Torre de Moncorvo. Este museu está instalado na Igreja da Misericórdia e edifício contíguo em Torre de Moncorvo. O edifício em si é bastante interessante pois é de traça quinhentista e possui grande valor histórico-arquitetónico e artístico.
Inaugurado em 2013, apresenta uma pequena parte das obras de Arte Sacra da Igreja Matriz e da Misericórdia de Torre de Moncorvo, datadas do Séc. XVI-XX, num total de 94 peças.
Este não é um museu que cative tanto as crianças. Contudo, o nosso guia conseguiu despertar a atenção dos miúdos com as histórias e lendas que rodeiam as peças.
Núcleo da Fotografia
O Núcleo da Fotografia é um museu privado, criado por um filho da terra apaixonado pela fotografia. Atualmente encontra-se sob a responsabilidade do Município de Torre de Moncorvo, desde 2014. Este espaço divulga e partilha fotografias e vídeos de Torre de Moncorvo e da região envolvente.
Além do resumo da história do edifício, da história da fotografia, equipamento antigo fotográfico, milhares de registos fotográficos e em vídeo, pode ser vista uma a coleção arqueológica, com cerâmica e outros materiais do século XVI recolhidos durante obras de intervenção do edifício do museu.
É de salientar um conjunto de fotografias da dança das fitas de Torre de Moncorvo de 1920, assim como das suas últimas atuações.
Mais uma vez há histórias que tornam a visita a este museu interessante. Os miúdos gostaram de ver as máquinas fotográficas antigas e perceber as diferenças com as máquinas dos dias de hoje.
Museu da Cera
Sabe o que é um cerieiro? Sim, esta palavra existe. Poderá ficar a saber tudo sobre um cerieiro no Museu da Cera, um museu que dá a conhecer o património industrial das várias gerações de cerieiros que fizeram parte da comunidade local e nacional.
O fabrico da cera em Felgueiras remonta pelo menos ao início do séc. XIX e teve um grande expansão até meados do século XX. Com a generalização do abastecimento de energia elétrica , a produção da cera entrou em decadência, bem como o Lagar Comunitário da Cera. Em 2013 o Lagar da Cera foi recuperado, integrando o Museu da Cera que foi inaugurado no mesmo ano.
Esta é sem dúvida uma excelente oportunidade de mostrar aos miúdos como se vivia há poucas décadas atrás em Portugal. Saiba mais aqui.
Museu do Ferro
Sabia que na serra do Roboredo, jazem mais de 670 milhões de toneladas de minérios de ferro (hematite e magnetite)? O Museu do Ferro testemunha outra das atividades da região: a mineração e transformação do ferro.
Neste museu poderá conhecer as origens da indústria do ferro, com destaque para materiais da época romana recolhidos no escorial de Vale dos Ferreiros Encontram-se ainda interessantes objetos e ferramentas relacionados com a atividade do ferro, desde escórias a produtos dos ferreiros, um fole e outros utensílios da forja e, claro, objetos em ferro. É ainda apresentada a história mineira da Ferrominas, uma empresa mineira que de 1951 aos anos 80 se dedicou à extração e exportação do minério de Moncorvo.
Adeganha
Esta pequena aldeia de 343 habitantes situa-se a 17 km de Torre de Moncorvo, numa parte montanhosa sobre a vasto vale da Vilariça. Devido a inúmeros vestígios arqueológicos, demonstra ter um povoamento muito antigo, desde os tempos pré-históricos.
A Adeganha destaca-se pela igreja Santiago Maior da Adeganha. Esta igreja românica/gótica, construída no séc. XIII é de grande importância arquitetónica e encontra-se classificada como Monumento Nacional.
Popularmente, o nome da Adeganha explica-se através de uma história com um fim um pouco arrepiante associada às “Três-Marias”, três figuras esculpidas na pedra no frontal da igreja de Santiago Maior da Adeganha. Reza a história que as Três-Marias eram pastoras que, enquanto as ovelhas pastavam, aproveitavam para jogar às cartas. Mas uma delas ganhava sempre, porque fazia batota. As outras irmãs resolveram vingar-se e fizeram uma fogueira para queimá-la viva. Quando esta tentava sair, as irmãs repetiam: “Arde e Ganha!”. E daqui terá vindo o nome “Adeganha”.
Nesta região pode ainda visitar património arqueológico, do qual se destaca a Senhora do Castro e admirar relaxadamente a enorme extensão do vale a partir do miradouro de Nossa Senhora do Castelo.
Praia Fluvial da Foz do Sabor
Por último, mas não menos importante, a praia fluvial da Foz do Sabor. Uma zona muito agradável com um enorme espaço verde, mesas para piqueniques, wc, café e até um pequeno parque infantil. Local ideal para um verdadeiro dia de praia no verão ou para um piquenique numa altura menos quente.
Onde comer em Torre de Moncorvo
Fomos jantar ao restaurante Tasca do Carró e gostámos muito. É um restaurante com um ambiente muito acolhedor e que serve comida portuguesa, de onde de destaca a carne e umas entradas maravilhosas.
Fomos duas vezes lanchar/almoçar ao Café Muralhas, um café mesmo ao lado da muralha, com uma esplanada muito simpática e pratos rápidos e simples, como hambúrgueres e pizza, que agradaram muito aos miúdos.
Onde dormir em Torre de Moncorvo
Nós dormimos fora da Vila de Torre de Moncorvo, em Longróiva, no fantástico Longróiva Hotel &Termal Spa.
Freixo de Espada à Cinta com crianças
Em Freixo de Espada à Cinta não podem deixar de visitar o famoso freixo com uma espada à sua cinta, no centro da vila. Este curioso monumento evoca, pois, a origem do nome desta povoação. O nome Freixo de Espada à cinta tem a sua origem em duas lendas, uma delas do tempo dos mouros. Destaca-se ainda a igreja Matriz, as muralhas do castelo e também o curioso percurso da seda.
Podem percorrer ainda um pouco da Calçada de Alpajares ou Calçada dos Mouros. Esta via remonta ao tempo dos romanos.
O Cavalo do Mazouco
Gostámos particularmente de ir à descoberta do cavalo do Mazouco. Este cavalo é uma gravura rupestre que fica um pouco depois da aldeia do Mazouco e à qual se pode aceder através de uma estrada algo estreita, mas transitável, seguida de uma pequena caminhada em direção ao rio. O interessante é que o caminho é de descoberta e, no final, quando olhámos à sua procura, ali está ele, pequenino, mas muito bem definido. É impossível não ficar a pensar no que poderá representar e a razão de o terem feito ali naquele local.
Esta representação do Paleolítico Superior Final é de 13.000/12.000 A.C. e é um dos primeiros exemplares de arte rupestre paleolítica ao ar livre a ser identificado na Europa (foi a descoberta do cavalo do Mazouco no início da década de 80 que espoletou a descoberta da arte rupestre no Vale do Côa). Na verdade o Cavalo do Mazouco pertence a um conjunto de quatro gravuras, mas a que melhor se vê é o cavalo, que está perfeitamente percetível.
Mas antes de chegarem ao Mazouco, parem no Miradouro do Colado e deliciem-se. A vista é incrível. A aldeia do Mazouco, pequenina lá no vale, e o rio Douro a cortar a montanha são das mais bonitas paisagens que vimos neste passeio.
Para além do Cavalo do Mazouco, o Miradouro de Penedo Durão é outro local a visitar. Já lá tínhamos estado quando fizemos a nossa “Road Trip” para ver as Amendoeiras em Flor e é um local excelente para crianças. Encontram lá mesas de piquenique, parque infantil, muito espaço para correr e brincar e uma vista magnífica.
Onde comer em Freixo de Espada à Cinta
Almoçámos no restaurante Cinta D´Ouro e recomendamos. Comida saborosa, à boa maneira da serra. Preço médio.
Terminámos o nosso passeio no Miradouro de São Lourenço, em Carrazeda de Anciães, um miradouro curioso sobre o vale do Tua. Este miradouro possui uma vista privilegiada sobre o vale do Tua, e um silhueta de São Lourenço onde pode entrar. A paisagem é magnífica, abarcando montanhas com vinhas, sobreiros, oliveiras e o rio Tua.
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Vejam também a fantástica viagem que fizemos pela Estrada Nacional 2 com os miúdos.