Vaginose bacteriana: o que é e como tratar? É muito frequente ouvirmos falar de candidíase nos meios de comunicação social, nomeadamente na publicidade. Contudo, ouvimos falar muito menos de vaginose bacteriana. Muitas mulheres desconhecem inclusivamente a existência desta infeção vaginal.
No entanto a vaginose bacteriana não é nada rara. Bem, pelo contrário pois pode afetar até 30% das mulheres sexualmente ativas ou não. Saiba tudo neste artigo, que a poderá ajudar ainda a distinguir uma candidíase de uma vaginose bacteriana.
O que é a vaginose bacteriana?
A vaginose bacteriana é a infeção vaginal mais comum nas mulheres em idade fértil. Esta infeção é também a vaginite infeciosa mais comum.
Calcula-se que esta infeção afete entra 12 a 30% das mulheres, sexualmente ativas ou não.
A vaginose bacteriana é desencadeada por uma proliferação de bactérias que causam um desequilíbrio na flora vaginal. Estas bactérias aumentam bastante a sua concentração, substituindo os lactobacilos que são normalmente protetores. Este desequilíbrio na flora vaginal pode ser provocado por um sistema imunitário enfraquecido, por exemplo.
Cerca de 50% das mulheres infetadas não apresentam sintomas. O tratamento deve ser realizado sob orientação médica.
É perigoso contrair vaginose bacteriana durante a gravidez?
Contrair vaginose bacteriana durante a gravidez pode trazer alguns riscos para a mãe e feto.
Se desenvolver a infeção na gravidez e não for tratada, pode haver um risco acrescido de parto pré-termo, principalmente quando é identificada antes das 16 semanas de gestação.
Esta infeção está ainda associada ao aumento de risco de aborto no 2º trimestre, rotura precoce das membranas (bolsa de águas) e endometrite pós-parto.
Quais são os sintomas?
Como vimos acima, cerca de metade das mulheres infetadas não apresenta sintomas. A vaginose bacteriana não provoca dor ou irritação. No entanto, quando há sintomas, os mais comuns são:
- Corrimento aquoso e de cor branca ou acinzentada
- Odor forte, desagradável, a peixe
- Comichão na vagina
- Desconforto
- Ardor ao urinar
Pode-se verificar o agravamento destes sintomas após relações sexuais ou durante o período menstrual.
Como se diagnostica a vaginose bacteriana?
O diagnóstico da infeção é baseado na presença de três de um total de quatro critérios (critérios de Amsell):
- Corrimento branco ou acinzentado
- Clue cells (células vaginais revestidas de bactérias), à observação microscópica
- O teste do cheiro (cheiro desagradável, a peixe)
- Ph vaginal superior a 4,5 (o valor normal do Ph vaginal situa-se abaixo dos 4,5).
Qual é o tratamento?
Normalmente, o tratamento da vaginose bacteriana é realizado com antibióticos ou cremes vaginais. O tratamento deve ser acompanhado por um médico.
Os medicamentos mais comuns são:
- Metronidazol (Flagyl)
- Clindamicina (Dalacin V)
- Tinidazol
- Creme vaginal a 2% de clindamicina
Como posso prevenir a vaginose bacteriana?
Estas medidas aplicam-se a qualquer tipo de infeção vaginal e nunca é demais lembrá-las:
- Consumir alimentos que ajudam a prevenir infeções urinárias, como frutos silvestres e citrinos, leite e iogurtes
- Ingerir cerca de dois litros de água por dia para aumentar o volume de urina e evitar a fixação das bactérias na parede da bexiga
- Evitar bebidas alcoólicas, refrigerantes e café, pois podem estimular a irritação urinária
- Não contrariar a vontade de urinar (não estar mais de duas horas sem urinar)
- Vigiar as características da urina, como a quantidade, cor e cheiro
- Fazer a higiene íntima com produtos neutros e pouco perfumados, para evitar a variação do pH vaginal e a irritação da pele
- Depois da micção, limpe-se de frente para trás, para evitar a contaminação por bactérias do trato intestinal
- Usar roupa de íntima de algodão, confortável e cómoda
- Evitar o uso de penso higiénico diário que pode favorecer o desenvolvimento de bactérias
- Não faça duches vaginais
- Fazer exercícios de Kegel para fortalecer os músculos pélvicos, favorecendo o controlo da micção.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.