O parto é o processo através do qual o feto é expulso da cavidade uterina e é constituído por três fases:
- 1ª fase: contrações uterinas, rotura da bolsa de águas e dilatação do colo do útero;
- 2ª fase: expulsão do bebé;
- 3ª fase: expulsão ou dequitadura da placenta.
O início do trabalho de parto
Para que o trabalho de parto seja desencadeado, contribuem vários fatores fetais, maternos e placentários. Os níveis hormonais alteram-se e aumenta a produção de ocitocina que, em conjunto, estimulam as contrações uterinas.
Antes do parto se iniciar, o bebé começa a acomodar-se na pélvis materna, virando-se de cabeça para baixo (dar a volta). A mãe consegue respirar melhor, devido ao alívio da pressão exercida pelo corpo do bebé sobre os órgãos superiores, mas aumenta a vontade de ir regularmente à casa de banho pela pressão agora exercida sobre a bexiga.
A dor nas pernas, cãibras e edema dos tornozelos são outros sintomas de que o bebé pode ter dado a volta.
O rolhão mucoso pode soltar-se e, nos dias anteriores ao parto e, durante este período, a mãe pode sentir mais energia. Nas últimas semanas da gravidez, as falsas contrações do parto (ou contrações de Braxton-Hicks) aumentam a atividade uterina sem, no entanto, provocarem o parto.
Ainda assim, a mãe pode sentir contrações fortes e confundi-las com as verdadeiras contrações. Contudo, as falsas contrações não provocam a dilatação do colo uterino e, por isso, não desencadeiam o trabalho de parto.
Em alguns casos, pode haver rutura das membranas e perda de líquido amniótico. Neste caso, para haver certeza se se trata de perda de urina ou de líquido amniótico, podem usar-se umas tiras de ph. O líquido amniótico é ligeiramente alcalino e a urina é ácida.
Durante a fase inicial do trabalho de parto, o cérvix dilata até aos 10 cm. Este processo deve-se às contrações, cada vez mais ritmadas e frequentes, e à pressão que a cabeça do bebé vai exercendo ao ser empurrado para baixo a cada nova contração.
A segunda fase do trabalho de parto
A segunda fase do parto inicia-se quando a dilatação está completa (10 cm) e termina com o nascimento do bebé. Se considerado necessário, poderá ser realizada a rotura artificial das membranas, com o objetivo de proteger o pólo cefálico do feto da pressão exercida pelo colo do útero em processo de dilatação. Esta intervenção deve ser praticada após se atingir a dilação completa.
Quando se atingem os 10 cm de dilação, a mãe sente uma vontade incontrolável de fazer força e entra na segunda fase do trabalho de parto, ou período expulsivo. A cada nova contração, a cabeça gira e vai descendo pelo canal de parto.
A cabeça aparece na abertura vaginal, e contrações a cada 2-3 minutos e com a duração de 60 a 90 segundos ajudam a empurrar gradualmente o bebé. Se necessário, poderá ser realizada uma episiotomia (corte da pele entre a vagina e o ânus) para facilitar a saída da cabeça do bebé.
Depois de sair a cabeça, segue-se um ombro, outro ombro e o resto do corpo, que desliza. O cordão umbilical é imediatamente clampeado e cortado.
No momento do parto, os ossos da cabeça do bebé estão pouco ossificados e são muito flexíveis. A cabeça está desenhada para tolerar a pressão das contrações uterinas e descer pelo canal de parto.
Sendo a maior área do corpo do bebé, quando a cabeça é expulsa, o resto do corpo desliza facilmente para o exterior. Na última fase do parto, as contrações ajudam a expulsar a placenta.
Terceira e última fase do parto
A terceira e última fase do parto consiste na expulsão ou dequitadura da placenta. Esta fase pode exigir entre 15 a 30 minutos.
O médico massaja o baixo ventre e pressiona-o para expulsar a placenta. Se foi necessário realizar uma episiotomia, o corte é suturado.
Nas primeiras 4 horas a seguir ao parto, os sinais vitais maternos regularizam e os músculos uterinos começam a contrair-se.
Melhorar a experiência do parto
A experiência e a preparação psicológica da mãe são muito importantes para a experiência do parto. Por isso, é fundamental que estejam tranquilas, sem medo, confiantes e conscientes do que vai acontecer e do que podem fazer em cada fase para ajudar o bebé a nascer.
Nesse sentido, o curso de preparação para o parto permite a troca de experiências, o esclarecimento de dúvidas e a compreensão da fisiologia do parto.