Como saber se o bebé ouve bem? Saber reconhecer os sinais de altera para eventuais problemas de audição, conhecer a história médica da família e estar atento ao desenvolvimento do bebé e da criança são formas de diagnosticar algum problema de saúde por quem está diariamente próxima da criança.
Para além deste acompanhamento dos pais, o bebé/criança será acompanhado nas consultas de rotina. Nestas consultas terá a oportunidade de conservar com o médico sobre os sintomas a que deve estar atenta e reportar algum sinal que lhe sugira dificuldade de audição.
Como saber se o bebé ouve bem?
Sendo a audição um sentido muito importante para o normal desenvolvimento da criança, o rastreio auditivo neonatal é realizado antes da saída da maternidade ou até aos 30 dias de vida. O exame do recém-nascido permite um diagnóstico precoce e, se necessário, iniciar a intervenção até aos 6 meses de idade.
Desenvolvimento da audição na gravidez
Os bebés nascem com uma audição perfeita. Na realidade, ouvem os sons produzidos pelo corpo da mãe (o bater do coração, movimentos digestivos, outros) desde as 17 semanas da gestação (4º mês de gestação).
A partir do 7º mês, identifica e distingue os sons do corpo da mãe dos exteriores e reage em função do que ouve. Se exposto a sons altos e agressivos, o seu ritmo cardíaco altera-se, fica agitado e “esconde-se” e acalma-se ao ouvir sons tranquilos e ritmados.
Se falar com o seu bebé ou ouvir música calma, ele vai ouvir esses sons e sentir-se confortado. Pesquisas provaram que o feto reage ao som e, se estimulado desde cedo, nasce com maior capacidade de desenvolver o seu potencial.
O que ouve o recém-nascido?
Quando nasce, o som da voz da mãe é-lhe bastante familiar e distingue-a claramente de qualquer outro som ou voz. Como ouvem bem, os bebés cedo começam a responder aos estímulos palrando e fazendo pequenos barulhos com a boca.
Como saber se o bebé ouve bem?
Vários sinais podem ser indicadores que a criança não ouve bem:
- Atraso na fala (omitem algumas sílabas das palavras);
- Não responde quando se chama por ela, principalmente em ambiente ruidoso;
- Aumenta excessivamente o som da televisão ou do rádio;
- Queixa-se de dor de ouvidos, comichão ou zumbidos;
- Tem dificuldades em compreender o que lhe dizem;
- Respira pela boca frequentemente;
- Pergunta “O quê?”, “Ah?” várias vezes;
- Tem pouca atenção para uma conversa ou para escutar histórias;
- Tem dificuldade no equilíbrio ou na coordenação.
Como estimular a capacidade auditiva do bebé?
Se conversar muito com o seu bebé ou ouvir música está a estimular a sua audição, competências sociais e desenvolvimento cognitivo. A vontade de interagir e de comunicar levam o bebé a tentar imitar sons desde muito cedo.
- Contar histórias/lendo livros;
- Falar de modo simples e claro;
- Proporcionar experiências tais como passeios, tarefas domésticas em conjunto, ver filmes e desenhos animados com o bebé e ir comentando;
- Conversar sobre os lugares antes de ir, durante o passeio e quando chegam a casa;
- Olhar nos olhos quando fala com o bebé;
- Imitar e identificar os sons (como de animais, sirenes, campainhas, toques de telefone, da água, do vento);
- Descrever o que a criança está a fazer (tocar, bater, raspar), a sentir (as emoções tais como alegria, tristeza, zangado) ou a observar;
- Elogiar a comunicação da criança.
Crianças de risco
Mesmo nos casos em que o resultado do rastreio auditivo neonatal é normal, as crianças de risco devem ser seguidas até à idade de aquisição da linguagem (cerca dos 2 anos de idade). Consideram-se grupos de risco:
- Bebés com história familiar de problemas auditivos;
- Infeções congénitas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, herpes, citomegalovirus);
- Anomalias crânio-faciais;
- Peso corporal baixo (ingerior a 1.5 kg);
- Icterícia neonatal com valores de bilirrubina elevados;
- Meningite bacteriana;
- Asfixia no momento do nascimento;
- Recém-nascidos ventilados durante cinco dias ou mais.
O conteúdo desta página é meramente informativo e educativo, e não foi elaborado para substituir ou modificar as prescrições ou indicações do seu médico ou outro profissional de saúde.