Septicemia do recém-nascido é uma infeção bacteriana do sangue. A maioria dos recém-nascidos que recupera do quadro infecioso não tem problemas a longo prazo. O tratamento da septicemia envolve a administração de antibióticos e soro e, por vezes, suporte à respiração com ventilador e medicamentos para regular a pressão arterial.
Septicemia do recém-nascido
O que é a septicemia do recém-nascido?
A septicemia é uma complicação que pode surgir quando o sistema imunológico combate uma infeção. Durante esse processo, a grande quantidade de produtos químicos libertados no sangue durante desencadeia uma inflamação generalizada o que pode levar a danos aos órgãos.
A coagulação do sangue durante a septicemia reduz o fluxo sanguíneo para os membros e órgãos privando-os de nutrientes e oxigénio. Em casos graves, um ou mais órgãos podem falhar.
Nos casos mais graves, a septicemia provoca a queda da pressão arterial (choque séptico) o que pode levar a uma rápida e fatal falha de múltiplos órgãos – pulmões, rins e fígado.
Causas da septicemia no recém-nascido
Os bebés prematuros, devido à imaturidade do seu sistema imunológico, apresentam um risco mais elevado para septicemia de início precoce ou de início tardio.
Os bebés que nascem antes das 37 semanas de gestação não desenvolveram ainda certos anticorpos contra bactérias específicas porque esses anticorpos só passam da placenta para o sangue fetal na fase final da gestação.
Os fatores de risco e as causas da septicemia variam segundo o momento em que a infeção é desenvolvida; nos primeiros dias de vida (septicemia precoce) ou sete ou mais dias após o nascimento (septicemia tardia).
Septicemia do recém-nascido de início precoce
Fatores de risco para septicemia de início precoce:
- Rutura prematura das membranas que contêm o líquido amniótico que envolvem o feto no útero;
- Infeção materna;
- Infeção materna com estreptococos do grupo B (GBS).
O risco de septicemia precoce é superior nas situações em que as membranas amnióticas se rompem algumas horas antes do parto ou quando a mãe tiver alguma infeção, especialmente das vias urinárias ou do revestimento do útero.
Se a mãe estiver infetada, o bebé pode ser contaminado pelas bactérias durante o trabalho de parto, quando atravessa o canal de parto para chegar ao exterior.
Nas consultas da gravidez, serão feitas colheitas (1/3 externo da vagina e ano-retal, o famoso exame do cotonete) para pesquisa de streptococcus β hemolítico do grupo B. Caso a mãe esteja infetada com por esta bactéria, o recém-nascido, em caso de parto vaginal, recebe antibióticos no pós-parto imediato.
Septicemia do recém-nascido de início tardio
Entre os fatores de risco para Septicemia de início tardio incluem-se:
- Uso prolongado de cateteres nas artérias, veias ou ambos;
- Uso de tubo (tubo endotraqueal) no nariz ou na boca para ajudar na respiração;
- Hospitalização prolongada do recém-nascido.
A septicemia de início tardio é adquirida, sobretudo, através do ambiente ou deficiente higiene das mãos e pode ser causada por diversos organismos.
Sintomas de septicemia do recém-nascido
- Letargia;
- Falta de apetite;
- Temperatura corporal baixa;
- Pausas na respiração (apneia);
- Febre;
- Cor pálida da pele;
- Má circulação na pele, com extremidades frias;
- Distensão abdominal;
- Vómitos;
- Diarreia;
- Convulsões;
- Tremores;
- Icterícia neonatal.
Diagnóstico de septicemia do recém-nascido
O diagnóstico é sugerido pelos sintomas apresentados pelo recém-nascido e pela análise dos resultados do hemograma. O diagnóstico definitivo de septicemia implica a identificação das bactérias numa cultura com o sangue do recém-nascido.
Uma das complicações mais graves da septicemia para a saúde do bebé é a infeção das membranas que envolvem o cérebro (meningite). Um recém-nascido com meningite pode sofrer de lentidão (letargia) extrema, coma, convulsões ou projeção das partes moles entre os ossos do crânio (fontanelas).
Prognóstico e tratamento
A septicemia é a principal causa de mortalidade dos recém-nascidos prematuros após a primeira semana de vida.
Os recém-nascidos que recuperam da septicemia não apresentam problemas a longo prazo, exceto os que desenvolvem meningite e que podem apresentar atraso do desenvolvimento, paralisia cerebral, convulsões ou perda de audição.
Se houver suspeita de septicemia, são administrados antibióticos intravenosos. Após identificação do organismo específico, o tipo de antibiótico pode ser ajustado.
Em alguns casos podem ser necessários outros tratamentos para combater a infeção, como a ventilação para ajudar o bebé a respirar adequadamente, soros para hidratação e medidas de suporte da pressão arterial e da circulação.