O inchaço no final da gravidez pode dever-se a vários fatores e é uma queixa recorrente das grávidas, especialmente no último trimestre. As causas do inchaço no final da gravidez podem ser identificadas através de um exame físico, da medição dos valores da pressão arterial, exames à urina e, por vezes, através de uma ecografia.
Inchaço no final da gravidez
À medida que a gravidez, pode acumular-se líquido nos tecidos, especialmente, nas pernas, tornozelos e pés, fazendo-os inchar e parecer inchados. Esta situação é descrita como edema. A retenção de líquidos na gravidez é normal, especialmente no 3º trimestre designando-se como edema fisiológico.
Os líquidos acumulam-se durante a gestação, porque as glândulas suprarrenais produzem mais hormonas que levam o organismo a reter líquidos (aldosterona e cortisol).
A acumulação de líquidos na gravidez também se deve ao aumento do volume e do peso do útero o que interfere com a normal circulação do sangue das pernas para o coração. Em resultado desta dificuldade, o sangue acumula-se nas veias das pernas causando inchaço das pernas, tornozelos e pés.
O inchaço fisiológico (normal) afeta ambas as pernas de igual forma (ambas ficam igualmente inchadas) e não causa dor. Geralmente, diminui quando a grávida se deita para o seu lado esquerdo.
O inchaço no final da gravidez pode ser um sintoma de complicações?
Entre as causas menos comuns do inchaço no final da gravidez encontram-se algumas complicações de saúde como:
1. Trombose venosa profunda
A trombose venosa profunda deve-se à formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas, geralmente nas pernas. Entre as suas causas estão o aumento de proteínas (que ajudam na coagulação do sangue) e a concentração de sangue nos membros inferiores.
Quando o coágulo viaja através da corrente sanguínea para os pulmões, bloqueando o fluxo de sangue para ai, pode causar embolia pulmonar, situação de saúde extremamente grave.
Em caso de suspeita de trombose venosa profunda, é realizada uma ecografia com Doppler à perna afetada. Este exame mostra as alterações do fluxo sanguíneo causadas por coágulos sanguíneos nas veias das pernas.
2. Diabetes gestacional
A diabetes gestacional refere-se ao aumento dos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia) não sendo a insulina produzida suficiente para os regularizar (ver Diabetes gestacional).
3. Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é caracterizada pela hipertensão (pressão arterial elevada) e pelo aumento dos níveis de proteína na urina. Em situações graves, a pré-eclâmpsia pode danificar órgãos, como o cérebro, os rins, pulmões ou fígado maternos, e causar problemas no bebé.
O diagnóstico é realizado mediante medição da pressão arterial e da análise dos valores de proteína presentes na urina. Se o resultado não for conclusivo, poderá ser necessário repetir as análises à urina após 24 horas (ver Pré-eclâmpsia e gravidez).
4. Celulite
Na celulite, as bactérias infetam a pele e os tecidos podendo causar inchaço com vermelhidão, formigueiro e sensibilidade. Com maior incidência nas pernas, a celulite pode, contudo, ocorrer em qualquer lugar do organismo.
Quando é o inchaço um sinal de alerta?
Se o inchaço no final da gravidez se tornar considerável, deve consultar-se o médico com urgência para avaliação das possíveis causas e tratamento adequado:
- Pressão arterial elevada (igual ou superior a 140/90 mm Hg);
- Inchaço apenas numa perna ou na barriga da perna com outros sintomas como pele quente e vermelha e/ou sensível ou se houver febre;
- Inchaço nas mãos;
- Inchaço repentino em qualquer área do corpo;
- Dificuldade em respirar, alterações da visão, dor abdominal súbita (sintomas de pré-eclâmpsia).
Conheça algumas medidas para ajudar a diminuir o inchaço na gravidez e quando é considerado um sinal de complicação.