As vacinas protegem a sua criança de muitas doenças graves e devem ser administradas nas idades recomendadas, mesmo se a criança está constipada ou com uma doença ligeira, desde que a temperatura rectal <38,5 ºC.
Durante o primeiro mês, o seu bebé deve fazer a vacina contra a tuberculose (BCG), apenas para grupos de risco (vacina deixou de ser obrigatória em 2016), e a vacina contra a hepatite B (VHB) no centro de saúde, caso não tenha sido realizado no hospital/maternidade.
Vacinas do recém-nascido
Vantagens da vacinação
A vacinação constitui o meio mais eficaz de medicina preventiva, constituindo uma das mais potentes armas de defesa contra doenças muito graves. Estima-se que salvam, por ano, entre sete e oito milhões de vidas no mundo inteiro, isto é, salvam mais vidas do que qualquer outra medida sanitária, conseguiram erradicar a varíola do planeta, e deixaram ao alcance de qualquer governo sensato, por exemplo a eliminação da poliomielite, da difteria, do sarampo, da tosse convulsa, entre outras doenças.
Objetivos da vacinação
- Proteger o indivíduo contra a doença e suas complicações.
- Proteger a comunidade contra a transmissão da doença através dos indivíduos infectados (com ou sem evidência de doença).
- Reduzir o número de susceptíveis de modo a que a “imunidade de grupo” os possa proteger, conseguindo-se através de uma elevada percentagem de indivíduos vacinados.
- Erradicar a doença.
Mecanismo desencadeado pela vacinação
Quando somos infetados por um vírus, bactéria, ou outro agente causador de uma doença transmissível, o nosso corpo reage produzindo substâncias chamadas anticorpos. Estes anticorpos combatem o agente invasor (chamado antigénio) e ajudam-nos a recuperar da doença.
Em geral estes anticorpos permanecem no nosso corpo, mesmo depois de estarmos curados, evitando que apanhemos a mesma doença mais tarde. A isto chamamos ter imunidade à doença.
Os bebés nascem imunes a muitas doenças, pois recebem anticorpos protetores através da placenta da mãe. Mas esta imunidade do recém-nascido desaparece durante o primeiro ano de vida, deixando o bebé exposto aos agentes infeciosos.
As vacinas permitem que mantenhamos o bebé imune a muitas doenças, mesmo depois dele perder os anticorpos recebidos da mãe.
Dentro da vacina estão os agentes causadores de doenças (antigénios) num estado muito enfraquecido. A vacina “engana” o nosso organismo, fazendo-o pensar que estamos a ser invadidos pelo agente da doença. O corpo reage produzindo anticorpos que permanecem durante muito tempo activos. Se a criança vacinada for exposta à doença mesmo a sério, estará protegida contra esta.
No mesmo dia podem ser administradas todas as vacinas (apesar de algumas vacinas terem de ser administradas em locais diferentes). Se as vacinas não forem administradas no mesmo dia, então sim, terão que ser respeitados intervalos de tempo variáveis de acordo com as vacinas específicas para a administração das vacinas subsequentes.
As vacinas após serem compradas, devem ser administradas logo que possível. Caso contrário, devem ser conservadas preferencialmente nas prateleiras do meio do frigorífico (e não na porta do frigorífico!).
Artigo reproduzido no Mãe-Me-Quer com autorização do autor, Dr. Armando Manuel Rainha Fernandes, Especialista em Pediatria Médica, Centro Pediátrico de Telheiras. Última atualização em 16-02-2013.