Sabia que não deve forçar o seu filho a comer? Sabia também que deveria esquecer a secção dos cereais de pequeno-almoço quando vai às compras? Que não deve deixar que o seu filho repita uma refeição? Estas e outras recomendações podem ser encontradas num manual de alimentação saudável lançado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para assinalar o Dia Mundial da Alimentação (a 16 de outubro).
Neste trabalho de cerca de 140 páginas são oferecidas recomendações sobre como proporcionar uma alimentação saudável a crianças dos zero até aos seis anos de idade.
Deve-se minimizar, ou mesmo banir, os alimentos processados da dieta das crianças
Segundo noticiou o jornal Público na sua versão online, a DGS defende ainda que os “alimentos processados (por exemplo bolachas, cereais de pequeno-almoço) ou doces (como sumos, xaropes e mel) não deverão fazer parte da oferta alimentar das creches e infantários nem da rotina familiar”.
O trabalho agora publicado foi o resultado de uma colaboração entre a DGS e a Direção-Geral da Educação. Entre as novidades do manual encontram-se recomendações direcionadas a berçários e creches.
O manual traz indicações sobre quantidades e a forma como devem ser introduzidos os alimentos. Maria João Gregório, diretora do Programa Nacional para a Alimentação Saudável, da DGS, recomenda que “a partir dos seis meses é hora de começar a diversificar a alimentação. Esta é uma oportunidade única para treinar o paladar e as texturas”.
“Alimentos processados (por exemplo bolachas, cereais de pequeno-almoço) ou doces (como sumos, xaropes e mel) não deverão fazer parte da oferta alimentar das creches e infantários nem da rotina familiar”.
Recomendações alimentares até um ano de idade
As crianças até um ano de idade não devem consumir alimentos com sal e açúcar adicionados e “os alimentos introduzidos devem ser os da Roda dos Alimentos”. Maria João Gregório indica ainda que “neste período deve-se variar a oferta alimentar e há alimentos proibidos: o açúcar e o sal adicionados e também os alimentos processados que têm adição de açúcar e sal”.
A partir de um ano de idade, a criança deve receber a mesma alimentação que o resto da família. “Os pais têm um papel enquanto modelo e a creche também”, defende Maria João Gregório. Segundo a responsável, deve-se oferecer doses pequenas a crianças pequenas. É ainda referido que “não se deve forçar” a criança a comer mais quando não quer, assim como “não aceitar que repita a dose” de forma a evitar que a criança consuma alimentos em excesso.
“Os pais têm um papel enquanto modelo e a creche também”.
A água é a bebida mais importante. Os sumos devem estar fora da ementa, tal como os doces e os alimentos processados, que “poderão ser a exceção nos dias de festa”, recomenda o manual. Não existe uma avaliação à comida oferecida nas creches. Contudo, as respostas que os profissionais de saúde recebem dos pais quando questionados sobre a alimentação “não são muitas vezes as que gostaríamos de ouvir”, afirmou Maria João Gregório.
A DGS apresentou ainda a primeira Estratégia Nacional para a Alimentação do Lactente e Criança Pequena, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Esta estratégia destina-se aos primeiros mil dias de vida da criança, tendo início no período da gestação. A estratégia, dividida em cinco eixos, será coordenada pela antiga ministra da Saúde e pediatra Ana Jorge.
Um dos destaques vai para a promoção do aleitamento materno. Maria João Gregório admite que “sabemos que para promovermos o aleitamento materno durante um maior período de tempo, será necessário implementar um conjunto de medidas para um ambiente mais facilitador”. A criação de uma rede nacional de bancos de leite humano e legislação que preveja a existência de espaços para amamentar próximos dos locais de trabalho são algumas das medidas contempladas.
Consulte o manual aqui.