Quando consultar um terapeuta da fala?
Os sinais de alerta variam consoante a perturbação que podem indicar, assim como a idade da criança. Ou seja, os sinais de alerta de uma disfonia (patologia ao nível da voz) serão diferentes dos de uma gaguez ou de um atraso de desenvolvimento da linguagem.
No caso da criança, os pais e educadores devem estar sensíveis e atentos às etapas do desenvolvimento normal, ao nível motor, cognitivo e linguístico, para conseguir identificar os casos em que a criança ainda não adquiriu as competências esperadas e/ou exibe comportamentos desviantes daqueles que seriam de esperar para a idade.
Sumariamente:
- Até aos 6 meses, se a criança não olhar para o outro, não sorrir, não mostrar recetividade ao outro nem reagir aos sons, podemos estar perante alguns sinais de alerta importantes.
- Até aos 12 meses, é possível referir a ausência do apontar e de outros gestos (acenar adeus), da reação ao nome e a sons familiares, assim como a ausência da produção de sons e de sílabas.
- Aos 2 anos, poderá ser motivo de preocupação se a criança não produzir palavras nem cumprir ordens simples do tipo “Dá-me a bola”.
- Aos 3 anos, os sinais de alerta poderão ser a ausência de frases simples, a produção de um número reduzido de palavras e a presença de um discurso pouco percetível.
- Pelos 4 anos, as dificuldades na compreensão de perguntas e ordens simples e na produção de enunciados para descrever uma história ou contar um acontecimento podem representar motivos de preocupação.
- Aos 5 anos, os sinais de alerta podem estar relacionados com questões mais elaboradas ao nível da linguagem (organização do discurso; respeito de regras morfológicas) e com as competências fonológicas importantes para a aprendizagem futura da leitura e da escrita.
Os comportamentos aqui apresentados são sinais de alerta e não sinónimo imediato da existência de uma perturbação ou necessidade de intervenção terapêutica.
