O seu filho tem medo de dormir sozinho? Saiba que não está sozinha nessa caminhada!
Colocar a criança a dormir sozinha no seu quarto fora da proteção dos pais pode ser uma autêntica dor de cabeça para muitas famílias.
Muitas crianças têm essa dificuldade e como seres inteligentes que são, arranjam por vezes das maneiras mais criativas para evitar uma noite fora do conforto que as figuras de vinculação proporcionam.
Em todo caso, mais tarde ou mais cedo essa necessidade de independência geralmente virá e será a própria criança a pedi-la.
Dormir no quarto não deixa de ser um processo (como muitos outros) que a criança atravessa.
É nele que se podem desenvolver conceitos importantes como a capacidade de adaptação e a resiliência, num local que numa primeira fase pode ser interpretado como hostil.
Se a criança tem dificuldade em dormir sozinha, primeiro de tudo é necessário perceber o porquê.
Para isso, falar com a criança e permitir que ela fale é essencial. Muitos pais têm tendência a esquecer esta última.
Só compreendendo o que a assusta e consequentemente limita é que podemos perceber o caminho a seguir.
Normalmente o medo é a condição que está mais associada a esta resistência em dormir sozinho, sendo ele muitas das vezes de prevenção fácil com algumas estratégias simples:
O quarto é também o local do castigo?
Muitas famílias têm tendência para a seguinte frase: “estás de castigo, vai já para o teu quarto”.
Em certas crianças esta ação pode fazer com que se interprete o quarto como um local de punição e não como de descanso.
Se a criança está com dificuldades em dormir e utiliza esta estratégia, considere alterar a punição e avalie se a situação melhora.
Promova, para compensar, se possível atividades mais positivas no local, para que a criança o consiga identificar como espaço de memórias felizes em vez de memórias más.
Histórias, brincadeiras, momentos de carinho podem ser estratégias importantes para aumentar a ligação ao espaço.
Os primos vão lá a casa depois de jantar?
Falamos de primos porque é uma situação muito comum nas famílias portuguesas.
Podíamos falar de amigos ou outros familiares da mesma idade.
É importante que a brincadeira não seja muito intensa nas horas antes de dormir.
Se a criança está com dificuldades durante a noite, tente promover situações que favoreçam um relaxamento progressivo como ler histórias, desligar a televisão, baixar a intensidade da luz, entre outros.
Como vai a rotina do seu filho?
Compreender a rotina, muitas vezes é compreender o sono.
Como falamos no primeiro ponto, a associação do quarto a um local de tranquilidade é importante se ele tem problemas em dormir sozinho.
Os monstros saem todos do armário se ele não se sentir seguro naquele local.
Um ponto que pode ser importante verificar é se a sesta acontece no mesmo local onde dorme.
Se a criança faz a sesta no sofá e depois vai para o quarto, este pode começar a ser compreendido como um local menos relaxante do que o primeiro.
Até porque no sofá, normalmente, existe a presença próxima dos pais e ele sente-se mais protegido.
Além deste ponto, verifique outros na rotina da criança que podem estar a influenciar o seu mau sono.
Todas as crianças são diferentes. Assim como todos os pais e todas as estruturas familiares.
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É importante estar atento e chegar a algumas conclusões.
Importante pode ser também fazer algumas cedências. Se a criança tem um pavor enorme em dormir sozinha, com a luz apagada e a meio da noite o visita, considere promover essa independência aos poucos.
Coloque uma luz de presença, associe um objeto tranquilizador ao quarto (como um peluche), deixe a porta entreaberta.
Vá medindo o que favorece o comportamento que deseja nesta situação e progressivamente os diminua à medida que ela deixa de precisar deles.
Lembre-se que uma parte substancial destes problemas estão relacionados com o medo. Lidar com este medo é um ponto muito importante para o extinguir já que fazer de conta que ele não existe tem tendência a piorar a situação.