Picos de desenvolvimento interferem no sono? Os picos de crescimento caracterizam-se pelo aumento de peso, comprimento e do perímetro cefálico a um ritmo superior ao normal. O bebé poderá, também, ter atingido uma etapa do desenvolvimento ou adquirido uma competência que tem vindo a treinar.
Entretanto, estes períodos podem afetar o ritmo do sono, o comportamento ou a alimentação o que a pode levar a pensar que tem algum problema de saúde ou que houve um retrocesso. Contudo, os picos de crescimento são alterações temporárias e o bebé voltará à rotina habitual em apenas alguns dias.
Picos de desenvolvimento interferem no sono?
O primeiro ano de vida é um período exigente em termos de grande desenvolvimento neurológico e motor. Todas as experiências proporcionadas ao bebé irão resultar em novas aprendizagens, que facilitarão a sua adaptação ao mundo.
Esta necessidade de adaptação, as mudanças inerentes ao crescimento e as aprendizagens são de tal forma marcantes que podem levar a alterações no ritmo do sono, alimentação e comportamento do bebé / criança. São os chamados picos do desenvolvimento.
Os primeiros meses de vida
Nos primeiros dois meses de vida, os bebés passam longos períodos a dormir, entre 14 a 17 horas por dia. Os períodos em que estão acordados são, essencialmente, para higiene e alimentação.
Até aos 3 meses, o bebé está em plena fase de adaptação à vida extra-uterina. Alguns autores designam esta fase como o 4º trimestre.
Picos de crescimento e alterações do sono
Os efeitos dos picos de crescimento variam de bebé para bebé. Alguns ficam mais sonolentos, fazem sestas mais longas e acordam menos vezes durante a noite. Outros, podem dormir menos horas, acordar com maior frequência durante a noite ou fazer sestas mais curtas.
Principais saltos no desenvolvimento no 1º ano de vida
Alguns especialistas consideram que existem fases em que o bebé até um ano de idade poderá, tendencialmente, passar por um pico de crescimento:
- 2 – 3 Semanas
- 6 – 8 Semanas: a visão do bebé melhora e o mundo começa a ser um local mais interessante;
- 3 – 4 Meses: o bebé toma consciência da sua individualidade;
- 5 – 6 Meses: o bebé tem cada vez maior capacidade de atenção e já permanece algum tempo sentado, com apoio;
- 9 Meses: o bebé atravessa uma fase de grande desenvolvimento motor, pode começar a gatinhar e está a desenvolver a linguagem;
- 12 Meses: a criança começa a dar os primeiros passos ou, mesmo que não ande, já se desloca para todo o lado, tenta comer sozinha, está perfeitamente integrada na família e tem os seus brinquedos e atividades preferidas.
1 Mês
O recém-nascido dorme entre 14 a 17 horas por dia, alternado entre o sono de vigília (sono REM – rapid eye movement ou movimento rápido dos olhos) e o sono profundo.
Consegue ver a cara do adulto quando se situa a cerca de 30 cm da sua e segue com o olhar o movimento de um objeto.
3 – 4 Meses
Por volta dos 3 meses, o bebé toma consciência da sua individualidade e sofre de angústia e solidão. Fica inquieto e chora porque tem medo de ser deixado sozinho, de perder a companhia. O bebé percebe que precisa de cativar a atenção do adulto para se alimentar, mudar a fralda, ajudar a adormecer ou acalmar a dor.
O bebé fica inquieto, não consegue adormecer ou acorda várias vezes durante a noite, pode ter mais dificuldade em comer (alguns recusar mesmo a mama) ou chorar de modo inconsolável.
Um dos saltos mais evidentes dá-se por volta dos 4 meses, quando o bebé aprende a equilibrar a cabeça, segura os objetos com ambas as mãos, começa a rolar e a interagir de modo intencional com os objetos.
5 – 6 Meses
Cerca dos 5 – 6 meses, o bebé apercebe-se que para além de si e da mãe, existe uma terceira pessoa na família: o pai. Com a noção da presença de um terceiro elemento, dá-se uma nova crise do crescimento. O padrão do sono e o apetite do bebé podem alterar-se.
Para além disso, há outras questões que mudam na vida do bebé: a mãe pode regressar ao emprego e deixá-lo entregue aos cuidados de outra pessoa.
O bebé já se consegue sentar sem apoio, rola o corpo com facilidade e começa a comer outros alimentos para além do leite. Está cada vez mais comunicativo.
9 Meses
Com 9 meses, o bebé pode começar a manifestar alguns sintomas da ansiedade de separação como insegurança, medo e abandono. O bebé tem medo de ser esquecido pelos pais porque ainda não tem a noção de que eles voltam mais tarde.
Adora comer com as mãos e tocar em todo o tipo de objetos. Alguns bebés gatinham a grande velocidade e deslocam-se para todo o lado fortalecendo todos os músculos necessários para a próxima etapa: andar.
12 Meses
Aos 12 meses, apesar desta vontade de independência, a criança ainda é muito dependente dos pais. Esta dualidade pode, uma vez mais, ter efeitos na qualidade do sono, alimentação e comportamento: a criança pode ficar mais agitada e irritada quando se sente frustrada por não conseguir o que pretende.
Necessidades emocionais acrescidas
Durante os picos de crescimento, o bebé / criança pode ficar mais sensível e sofrer de ansiedade de separação. Pode chorar quando os pais desaparecem, manifestando medo de perder aqueles com quem tem uma relação emocional mais forte.
Como é uma fase passageira, não se deve preocupar com as alterações que possa ver no seu bebé. Ele precisa de mais atenção e carinho e de se sentir seguro e compreendido.
Quando ocorrem e quanto tempo duram os picos de crescimento?
Os picos de crescimento poderão suceder a qualquer altura, dependendo do padrão de desenvolvimento de cada bebé. As fases são passageiras: nos bebés recém-nascidos duram normalmente entre um e dois dias. Nos bebés mais velhos podem durar até uma semana.
Se o seu bebé estiver demasiado irritado, agitado ou com febre, deverá consultar o pediatra pois estes não são considerados sintomas típicos de um pico de crescimento.