Na maioria das vezes, os sintomas são os que indicam a possibilidade de uma gravidez, mas nem sempre é assim. Então, é possível que exista uma gravidez sem sintomas? Se há mulheres que têm sintomas logo nas primeiras primeiras semanas de gravidez, também há as que ou não têm qualquer sintoma durante toda a gestação ou cujos desconfortos surgem mais tarde.
É então que surgem as questões: “Mas porque é que algumas mulheres sentem sintomas e outras não?”; “Será que é normal?”. No artigo, algumas dessas perguntas são esclarecidas.
Porque acontece?
Os sintomas são causados pelas alterações hormonais do estrogénio e progesterona no corpo da mulher. Como nem todas as mulheres têm a mesma sensibilidade a essas flutuações hormonais, podem não dar-se conta dos seus sinais característicos (náuseas, cansaço, vómitos, tonturas, etc.).
De notar que algumas mulheres, ainda antes de engravidarem, tendem a ter grandes oscilações hormonais durante o seu ciclo menstrual, pelo que acabam por estar menos “alerta” para estes sintomas iniciais típicos de uma gravidez. Aliás, alguns deles podem mesmo ser confundidos com o aparecimento da menstruação, como o aumento do peito, oscilações de humor ou dores no baixo ventre, por exemplo.
Por vezes, as manifestações de uma gravidez ocorrem mais tarde (depois das 12 semanas de gestação), o que leva a mulher a pensar que a ausência de menstruação (que nem sempre acontece em todas as gestações) – amenorreia – tem outra causa.
Outras vezes, a mulher tem uma perda sanguínea na altura em que seria suposto aparecer a menstruação e pensa tratar-se disso. Contudo, é o sangramento de nidação, aquele que sinaliza a implantação do embrião no útero.
Uma gravidez sem sintomas poderá, para muitas mulheres, ser um ponto positivo, mas atenção – como em tudo na vida, existe o reverso da medalha. Não se aperceber de uma gestação atempadamente poderá ter consequências graves.
Qual o risco de uma gravidez sem sintomas?
Se a mulher se aperceber que está à espera de bebé no início da gestação ainda que não apresente sintomas, em princípio não haverá problemas de maior. Contudo, o caso pode mudar se a mulher souber que está grávida muito tardiamente.
Ao não ter conhecimento que está a gerar uma vida dentro de si, a mulher não terá o ímpeto de procurar informações, nem tão pouco ajuda na preparação para esta fase tão peculiar (como os cursos pré e pós-parto). É ainda provável que, devido à ausência de sintomatologia, não seja acompanhada de forma regular pelo médico, algo fulcral na gestação. Essa falta de acompanhamento pré-natal, nomeadamente no que diz respeito às consultas na gravidez e respetivos exames de diagnóstico (colheitas sanguíneas e ecografias na gravidez), podem desencadear complicações.
A ausência de seguimento médico pode desencadear, entre muitas outras situações, carências de nutrientes, comprometendo a saúde materno-fetal. Um dos nutrientes que poderá ficar em défice é o ácido fólico, suplemento recomendado a todas as gestantes durante o primeiro trimestre da gravidez com o objetivo de prevenir os Defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN).
Além disso, ao não ter conhecimento de que está grávida, a mulher pode continuar a ter hábitos de vida prejudiciais para a gestação, como a ingestão de bebidas alcoólicas, toma de medicamentos contra-indicados durante a gravidez, entre outros.
Como evitar estas possíveis complicações?
Se estiver a tentar engravidar, o ideal é que tenha acompanhamento profissional de forma regular. Se, pelo contrário, não quer engravidar para já é recomendável que adote um método de contraceção a fim de evitar uma gravidez indesejada. Caso se esqueça de o tomar ou tenha tido relações sexuais desprotegidas, o mais adequado será procurar aconselhamento médico especializado o quanto antes.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.