O corrimento esverdeado na gravidez pode ser um sintoma da presença de infeção da vulva e/ou do canal vaginal. Não é uma situação grave nem põe em risco o normal desenvolvimento do bebé, mas deve ser tratada para eliminar a fonte de infeção e o desconforto associado. Conheça as causas, como tratar e prevenir as infeções genitais na gravidez.
Corrimento esverdeado na gravidez
O corrimento vaginal normal tem uma tonalidade esbranquiçada e leitosa. É cremoso e homogéneo e não tem cheiro. Caso ocorra uma infeção vaginal causada por bactérias, fungos, vírus ou outros microorganismos, o corrimento pode sofrer alterações como:
- Corrimento amarelado, esverdeado ou espesso;
- Corrimento com um odor desagradável;
- Corrimento acompanhado por uma sensação de ardor, comichão, vermelhidão ou dor.
Assim, o corrimento esverdeado na gravidez pode ser um sintoma de infeção e, por esse motivo, deve procurar aconselhamento médico para correto diagnóstico e tratamento. Como o tratamento depende do agente causador da infeção (bactéria, vírus, fungo ou outro microorganismo), o que só pode ser determinado pelo médico com recurso a análises laboratoriais, não se deve automedicar nem usar medicamentos prescritos para outra pessoas com sintomas semelhantes aos seus.
Principais causas do corrimento esverdeado na gravidez
Infeção vaginal por fungos
Se se tratar de uma infeção fúngica, muito comum durante a gravidez, o médico poderá receitar óvulos vaginais, um gel, um ungento ou um creme.
Mesmo com tratamento adequado, as infeções fúngicas nem sempre são completamente erradicadas e pode precisar de o repetir mais tarde, quando os sintomas ressurgirem. Neste caso, mesmo que os sintomas sejam idênticos, não se automedique. Fale sempre com o seu médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento.
Infeção por tricomonas (Tricomoníase)
A Tricomoníase é uma infeção causada pelo protozoário Tricomonas Vaginalis, cujos sintomas podem passar desapercebidos. Ou seja, pode estar infetada sem o saber. O micróbio pode ser sexualmente transmissível sendo, por isso, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST).
Esta infeção, além de provocar corrimento esverdeado, causa dor e desconforto durante as relações sexuais, cheiro fétido, irritação e comichão genital, dor ao urinar e aumento da frequência urinária.
Geralmente, a tricomoníase é tratada com antibióticos de acordo com prescrição médica.
Vulvovaginite
No caso de uma vulvovagite, o corrimento vaginal deixa de ser homogéneo e cremoso para se tornar mais grumoso e adquire um tom esverdeado.
Paralelamente, surgem outros sintomas como irritação da vulva e da vagina, comichão, vermelhidão, cheiro intenso e desagradável, desconforto ou sensação de ardor ao urinar. A vulvoganite mais frequente na mulher é a candidíase.
Como prevenir as infeções vaginais?
Para além da cuidada higiene íntima, com produtos adequados à proteção da flora vaginal e pH, há outras medidas que ajudam a manter a saúde da área genital em todas as etapas da sua vida:
- Mantenha a zona genital limpa e seca, fazendo uma higiene rigorosa, especialmente, depois de ir à casa de banho;
- Limpe-se sempre da frente para trás para evitar a contaminação da vagina com bactérias do trato intestinal;
- Enxague bem a zona vaginal depois de usar de a ensaboar no banho ou no duche;
- Não faça duches vaginais;
- Use cuecas de algodão;
- Evite usar calças justas ou leggings;
- Não use pensos diários;
- Não contrarie a vontade de urinar;
- Ingira iogurtes com probióticos;
- Reduza o consumo de açúcar e de bolos confecionados com farinha refinada;
- Ingira cerca de dois litros de água por dia para aumentar o volume de urina e assim evitar a fixação das bactérias na parede da bexiga;
- Evite bebidas alcoólicas, refrigerantes e café, pois podem estimular irritação urinária;
- Vigie as características da urina, como a quantidade, cor e cheiro;
- Pratique os exercícios de Kegel para fortalecer os músculos pélvicos e, assim, melhorar o controlo da micção.