Em 2003 surgiu pela primeira vez o tema da criopreservação de células estaminais em Portugal. A disponibilização do serviço veio possibilitar aos pais guardar as células estaminais do cordão umbilical dos seus recém-nascidos. Desde então, milhares de pais que acreditam no potencial destas células e na evolução da ciência e da medicina têm optado pela criopreservação de células estaminais dos seus filhos.
Os transplantes de células estaminais são efetuados há várias décadas. As células estaminais que inicialmente começaram a ser usadas em transplantes foram as da medula óssea. Mais tarde descobriu-se que também o sangue do cordão umbilical era rico em células muito semelhantes às que se encontram na medula óssea e, como tal, poderia constituir uma alternativa para os transplantes hematopoiéticos.
Na sequência disso, em 1988 realizou-se o primeiro transplante com células do sangue do cordão umbilical, em Paris, por uma equipa franco‑americana. Este transplante, em que se usou uma amostra de sangue do cordão umbilical da irmã da criança doente, foi um sucesso, pois permitiu salvar a vida de um menino que sofria de anemia de Fanconi, uma doença do sangue que, sem o transplante, teria sido fatal.
Este caso levou médicos em todo o mundo a avaliar a possibilidade de usar células do sangue do cordão umbilical para fins terapêuticos. Desde então tem-se assistido a um aumento na utilização das células do sangue do cordão umbilical.
Nos primeiros 18 anos, entre 1988 e 2006, realizaram-se cerca de 7.000 transplantes, mas nos 9 anos que se seguiram este número aumentou para um total de 40.000, tendo cerca de 50 % dos quais sido realizados nos últimos 5 anos.
As células do sangue do cordão umbilical são atualmente utilizadas para o tratamento de mais de 80 doenças, onde se incluem leucemias, linfomas, anemias, imunodeficiências, doenças metabólicas, entre outras. O aumento da utilização do sangue do cordão umbilical deve-se às vantagens que apresenta face à medula óssea, e ao facto de haver um considerável número de amostras criopreservadas e portanto imediatamente disponíveis para usar.
De entre as vantagens do sangue do cordão umbilical face à medula óssea destacam-se as seguintes:
- Ausência de risco para o dador durante a colheita
- Disponibilidade imediata
- Maior potencial de proliferação
- Menor incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro (a complicação mais grave que pode ocorrer após um transplante)
- Menor necessidade de compatibilidade entre dador e doente.
Para além das aplicações terapêuticas já conhecidas, a utilização de sangue do cordão umbilical encontra‑se em estudo, em ensaios clínicos, em doenças como paralisia cerebral, autismo, diabetes tipo 1, perda auditiva e lesões da espinal medula, entre outras, o que poderá aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.
Atualmente, para além do sangue é também possível guardar as células do tecido do cordão umbilical. O tecido do cordão umbilical é rico em células estaminais mesenquimais. A par do seu potencial para originar diferentes tipos de células, como células do osso, cartilagem e gordura, estas células têm a capacidade de regular a resposta do sistema imunitário, podendo por isso ter um papel importante no tratamento de doenças autoimunes (como a diabetes tipo 1, a artrite reumatoide, a esclerose múltipla, entre outras).
As potencialidades das células do tecido do cordão umbilical estão também a ser estudadas, no âmbito de ensaios clínicos, num conjunto alargado de doenças.
A criopreservação das células estaminais pode ser feita em bancos públicos ou em bancos familiares.
Nos bancos familiares são armazenadas amostras de células estaminais para uso no próprio ou em familiares compatíveis enquanto nos bancos públicos são guardadas amostras de sangue do cordão umbilical doadas pelos pais para serem utilizadas em quem delas necessite, não ficando reservadas nem para a criança, nem para a sua família. Ao doar a amostra de sangue do cordão umbilical, os pais renunciam a todos os direitos sobre as células e concordam com a sua disponibilização para qualquer pessoa.
As amostras que não cumpram os requisitos determinados pelos bancos públicos podem ser doadas para investigação ou mesmo descartadas.
Os bancos públicos guardam um número limitado de amostras representativas das características da população a que se destinam. A coexistência de bancos públicos e familiares de armazenamento das células estaminais do cordão umbilical é uma realidade na maioria dos países desenvolvidos, onde estas alternativas se complementam.
Assim, dadas as aplicações terapêuticas atuais e o crescente número de ensaios clínicos com células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical, a criopreservação destas células, cuja colheita pode apenas ser feita no momento do parto, assume cada vez mais importância.
A Crioestaminal é o laboratório líder em Células Estaminais, eleito pelos consumidores portugueses na categoria de Criopreservação do Prémio Cinco Estrelas e como a marca n.º 1 no Prémio Escolha do Consumidor, pelo 8.º ano consecutivo.
Para saber mais: Crioestaminal