Das primeiras contrações até à expulsão da placenta, o papel das hormonas durante o parto é determinante. São essas substâncias que promovem o equilíbrio do organismo durante este evento intenso tanto para a mãe quanto para o bebé.
A gestão do estado emocional contribui para a estabilidade ou descompensação dos níveis das hormonas. Fora das suas taxas normais, as hormonas podem aumentar a sensação de dor ou mesmo tornar as contrações mais espaçadas, desacelerando, assim, o ritmo do parto.
Saber como o organismo se comporta no momento do parto é uma informação importante para todas as mulheres que vão passar por este grande dia. Afinal, o conhecimento é uma ferramenta que pode tornar a experiência mais prazerosa e não apenas penosa.
Veja como algumas das hormonas mais importantes atuam no parto e como os mecanismos ativados funcionam em cada fase.
Prostaglandinas
As prostaglandinas não são hormonas, mas comportam-se como se fossem e, portanto, não poderiam ficar de fora desta lista. Diferente das hormonas, não circulam na corrente sanguínea. A sua ação interfere diretamente com as células e, consequentemente, com uma série de processos orgânicos, como a regulação da temperatura do corpo.
Antes mesmo do parto começar, as prostaglandinas são libertadas pelo útero para promover a preparação do colo e o início espontâneo das contrações. Pode-se dizer, portanto, que esta substância induz o trabalho de parto. Está, inclusivé, presente na composição de fármacos utilizados nas induções.
Progesterona
Mantida em altos níveis durante toda a gestação para manter o bebé seguro no útero, a progesterona é inibida para estimular o parto. Uma taxa mais baixa desta hormona permite que a musculatura uterina contraia, cenário característico do trabalho de parto.
Estrogénio
Por outro lado, os níveis de estrogénio aumentam consideravelmente e inibem a produção de progesterona. O estrogénio torna os músculos do útero mais sensíveis à ação da oxitocina, essencial para que as contrações aconteçam. Sem contrações, o parto não progride, um sinal claro de que há desequilíbrio nas taxas hormonais e na forma como atuam.
Oxitocina
A oxitocina é uma das hormonas mais lembradas quando o assunto é a gravidez, parto e pós-parto. Isto porque os níveis da substância aumentam gradualmente no organismo da mulher durante estes períodos, contribuindo para a vinculação entre mãe e bebé e para o aleitamento materno.
No parto, a oxitocina é responsável principalmente pelas contrações uterinas. Tais contrações, tornam-se mais dolorosas com a progressão do trabalho de parto, permitem a movimentação do bebé pelo canal de parto e a sua expulsão.
Também é a oxitocina que controla os sangramentos e evita as hemorragias.
Adrenalina
A adrenalina é a hormona que circula em maior quantidade no nosso corpo quando estamos diante de uma situação de perigo. Ativa o instinto de luta e fuga, de sobrevivência. Durante o parto, os seus níveis devem ser controlados para que não inibam a atividade da oxitocina.
Num parto onde a produção de adrenalina é predominante, a progressão é mais lenta e a percepção da dor pela gestante é maior, pois há um bloqueio também da ação da endorfina.
No pós-parto imediato, primeiros minutos após o nascimento, mãe e bebé ficam em estado de alerta e isso deve-se igualmente à adrenalina. A hormona garante a energia necessária para este primeiro encontro, auxilia no controlo da temperatura corporal do recém-nascido e na limpeza natural dos fluidos pulmonares.
O pico de adrenalina é rápido e é importante que os níveis reduzam logo a seguir à saída do bebé para proporcionar a contração uterina e prevenir hemorragias.