Por vezes, o bebé não dá a volta até ao dia do parto, posicionando-se de várias formas dentro do útero materno, pode acontecer também o eixo da cabeça e do canal de parto não estarem devidamente alinhados.
O bebé movimenta-se e muda de posição ao longo da gestação. Contudo, e por norma, nas últimas semanas da gravidez, com a redução do espaço no útero, o bebé desce até à pélvis e adapta-se à posição em que irá nascer, o que acontece por volta das 35 semanas.
O exame ecográfico para avaliação da posição do bebé e da sua cabeça, a forma como decorrem as últimas semanas da gestação e o próprio trabalho de parto, poderão determinar a necessidade de recorrer a certas manobras para alinhar a cabeça do bebé ou a uma cesariana para extrair o bebé e os seus anexos.
Posição cefálica (ocipito-púbica ou anterior)
O corpo do bebé está a apontar para baixo, as costas junto à barriga da mãe e a cabeça fletida, com a parte ínfero-posterior direcionada para o canal de parto. Quando a cabeça do bebé se posiciona desta forma, os ossos da cabeça aproximam-se e facilitam a passagem pelo canal de parto.
Apresentação pélvica
O bebé apresenta-se com as pernas viradas na direção do canal de parto. O bebé pode estar sentado, apresentar-se de nádegas e pés, de pés ou de joelhos. Estas posições invalidam o parto normal e será necessário fazer uma cesariana para salvaguarda do bem-estar do bebé e da mãe.
Apresentação frontal
Situação em que a posição da cabeça do bebé se desloca passando a testa a ser o ponto-guia. Nestes casos, a posição da cabeça não permite a sua passagem pelo estreito canal de parto a não ser que o médico a consiga manobrar para uma posição mais adequada ao parto normal.
Apresentação facial
O queixo do bebé é o ponto-guia relativamente ao canal de parto materno. Por norma, a manipulação da cabeça pelo médico (versão cefálica externa) é suficiente para a colocar na posição adequada sem necessidade de recorrer a uma cesariana.
Apresentação transversal
Nestes raros casos, o eixo do feto cruza-se com o eixo do canal de parto materno, ou seja, o bebé não se apresenta de cabeça virada para baixo. A apresentação transversal do feto relativamente ao canal de parto impossibilita o parto normal, tendo o bebé que nascer por cesariana.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde, a versão cefálica externa deve ser oferecida a todas as grávidas a partir das 36 semanas + 0 dias, se o feto se encontrar em situação transversa ou em apresentação pélvica e não haja contra-indicação para a sua realização.