A saúde do bebé começa na barriga da mãe
As necessidades calóricas devem as adequadas, mas mais importante ainda, as necessidades nutricionais de diferentes vitaminas e minerais devem estar asseguradas. Níveis menos bons alguns nutrientes comprometem o desenvolvimento deste novo ser, e podem aumentar a susceptibilidade para diferentes doenças crónicas.
O feto em desenvolvimento é influenciado por diferentes factores ambientais, como o estilo de vida da mãe e o seu estado nutricional e de saúde. Ainda no útero, o bebé sofre influencias que vão “programar” a sua susceptibilidade para doenças crónicas, tais como diabetes, obesidade e doença cardiovascular.
O efeito do álcool e o do tabaco já são bastante conhecidos, e devem ser possível totalmente excluídos durante a gravidez. Entre os efeitos conhecidos destacam-se a influencia a nível do desenvolvimento fetal, do risco de parto prematuro, complicações no parte, malformações e problemas de saúde na criança.
A obesidade, e uma diabetes ou hipertensão não controladas durante a gravidez têm uma influência bastante negativa no desenvolvimento da criança. Um baixo peso ao nascer aumenta a susceptibilidade para doença cardiovascular, obesidade e diabetes neste novo ser. Este baixo peso nem sempre se deve a um menor aporte calórico, mas sim a um nível menor de nutrientes fundamentais como o zinco, o DHA, ou a vitamina D, ou à presença de tóxicos como álcool, tabaco ou alguns metais pesados (como chumbo ou o cadmio), ou a níveis de stress mais aumentados da grávida. Torna-se por isso importante acompanhar o crescimento intrauterino do seu bebé.
A ingestão adequada de ácido fólico é fundamental para uma adequado desenvolvimento do bebé e a prevenção de patologias como os defeitos do tubo neural. Mas para certas funções, o ácido fólico não trabalha sozinho, e requer níveis adequados de Vitamina B6 e B12 para conseguir influenciar de forma positiva a forma como os genes do bebé são lidos.
Estas três vitaminas são então fundamentais para a regulação da expressão genética, e se não estiverem em quantidades adequadas pode influenciar o aparecimento de patologias como a obesidade, ou aumentar o risco de diferentes perturbações do desenvolvimento como o autismo, síndrome de hiperatividade ou défice de atenção, entre outras. Só agora é que se está a começar a perceber o impacto de níveis menores destas vitaminas durante a gravidez.
A ingestão de ómega 3, em especial no 3º trimestre e durante a amamentação, é de extrema importância. As grávidas com uma maior ingestão destes ácidos gordos não só têm um menor risco de desenvolverem depressão pós-parto, como também diminuem o risco de alergias, eczema no bebé, ao mesmo tempo que aumentam os seus níveis de inteligência e a sua capacidade de raciocínio. Níveis adequados de iodo e de vitamina D são também fundamentais para o desenvolvimento do bebé, em especial a parte cognitiva.
A alimentação da grávida pode ser ainda capaz de influenciar a forma como o bebé vai sentir os sabor e o cheiro dos alimentos, influenciando desta forma a forma como se vai alimentar depois de nascer.
A exposição a pesticidas e outros agrotóxicos, antes e durante a gravidez, podem influenciar o desenvolvimento da inteligência das crianças.
Estes e outros químicos, dado o seu efeito de disrupção hormonal podem ainda interferir no papel de diferentes hormonas da mãe no desenvolvimento do recém nascido.
As hormonas da tiroide e o estrogénio são de extrema importância no desenvolvimento intrauterino, e a ingestão desses compostos, ao interferirem no funcionamento destas hormonas podem ter um efeito bastante negativo no desenvolvimento do bebé.
O nosso intestino alberga milhões e milhões de microrganismos, e estes são fundamentais para o correto funcionamento do nosso organismo. Sabe agora que a qualidade da flora intestinal durante a gravidez também melhora a saúde da criança, e que a toma de probióticos pode diminuir a incidência de alergias, eczema ou de dermatite atópica.