A gravidez ectópica designa a situação em que a implantação do embrião se dá fora da cavidade uterina. Em mais de 97% dos casos a localização é numa das trompas (designada de gravidez nas trompas ou gravidez tubária), podendo ser ovárica (gravidez ovárica), peritoneal (gravidez abdominal) ou no colo do útero (gravidez cervical) nas restantes ocasiões.
Gravidez ectópica
Uma gravidez é ectópica quando o embrião se implanta e desenvolve fora do útero. Na maioria dos casos, o embrião implanta-se numa das trompas de Falópio, mas também é possível que a implantação ocorra nos ovários, no canal cervical ou no abdómen.
Geralmente, uma gravidez ectópica é diagnosticada entre a 5ª e a 10 semanas de gestação. Frequentemente, os primeiros sintomas aparecem duas semanas depois da falta do período menstrual.
A gravidez ectópica é uma emergência médica que pode ser fatal e é essencial que seja tratada o mais rápido possível.
Quais os sinais e sintomas de uma gravidez ectópica?
Os sintomas mais comuns desta situação incluem sangramento no início da gravidez e dores abdominais. A hemorragia é geralmente diferente de um período menstrual e pode variar de mulher para mulher. Por vezes, é difícil reconhecer os sintomas da gravidez ectópica, já que estes são semelhantes aos sintomas do período menstrual ou aos do aborto espontâneo.
Quando o diagnóstico não é efetuado rapidamente, o embrião em desenvolvimento pode causar a rutura da trompa de Falópio e causar hemorragias internas. Neste caso, os sintomas serão causados pela perda de sangue excessiva. Estes sintomas incluem: tonturas e suores frios, choque e perda de consciência.
Como é feito o diagnóstico?
Em muitos casos, é possível visualizar o embrião fora da cavidade uterina durante uma ecografia de rotina da gravidez. Em determinadas situações, o diagnóstico terá de ser feito no decurso de cirurgia abdominal exploratória.
Níveis baixos de hCG (hormona da gravidez) no sangue também poderão ser indicativos de uma gravidez ectópica, mas a análise ao sangue poderá ter de ser repetida várias vezes para eliminar outras possibilidades.
A celioscopia (exame visual da cavidade abdominal previamente distendida por injeção de ar ou de gases estéreis) permite confirmar o diagnóstico nas situações de dúvida, avaliar as condições locais para o planeamento terapêutico e resolver cirurgicamente muitas situações.
Como tratar uma gravidez ectópica?
Infelizmente, a única maneira de tratar uma gravidez ectópica é através da interrupção da gravidez. O médico poderá optar entre a interrupção através da toma de medicamentos ou através de remoção cirúrgica, dependendo do estádio e da localização do embrião.
Porque é que a gravidez ectópica acontece?
As causas são ainda desconhecidas.
Numa em cada 100 gravidezes o embrião implanta-se fora da cavidade uterina, como por exemplo nas trompas de Falópio ou na cavidade abdominal. Isto poderá ser causado por malformações das trompas de Falópio ou devido à presença de cicatrizes.
Fatores de risco
Os fatores de risco são variados e incluem:
- História de doença inflamatória pélvica;
- História de cirurgia abdominal, tal como remoção do apêndice, parto por cesariana ou cirurgia às trompas de Falópio;
- Gravidez através de fertilização in vitro;
- Uso de dispositivo intra-uterino;
- Consumo de tabaco;
- História de gravidez ectópica prévia;
- Idade igual ou superior a 40 anos.
O que fazer se suspeitar que a sua gravidez é ectópica?
Dirija-se imediatamente ao seu médico ou hospital. Uma gravidez ectópica poderá ser fatal para a mulher se não for tratada a tempo.
O seu médico irá fazer exames e irá mantê-la sob observação até obter um diagnóstico final. Se necessário, ele irá operá-la imediatamente para confirmar a gravidez ectópica e, ao mesmo tempo, removê-la evitando danos internos mais extensos.
Profilaxia da isoimunização Rh
Após gravidez ectópica, é administrada a imunoglobulina anti-D a todas as grávidas Rh negativas não sensibilizadas.
Referências bibliográficas: EPT. nd. Frequently asked questions. Ectopic Pregnancy Trust. www.ectopic.org.uk; Varma R, Gupta J. 2009. Tubal ectopic pregnancy. BMJ Clinical Evidence (3): 1406-1422; RCOG. 2010a. An ectopic pregnancy: information for you. www.rcog.org.uk