O Lúpus é uma doença autoimune, no qual o sistema imunológico, que normalmente protege o nosso corpo, se vira contra si próprio e o ataca, provocando inflamação e alteração da função do sistema afetado.
A inflamação provoca dor, calor, vermelhidão (ou rubor) e inchaço (ou edema). Não existe causa conhecida de Lúpus e não existe cura para esta doença.
Lúpus na gravidez
O que é o Lúpus e quais as suas causas?
O Lúpus é uma doença crónica. No entanto, existem fases de remissão e fases de surto.
Apesar das causas serem desconhecidas, existem fatores ambientais e genéticos que podem contribuir para a sua manifestação.
Infeções, antibióticos, luz ultravioleta, stress extremo, algumas drogas e hormonas são alguns desses fatores que podem despoletar a patologia.
A patologia no sexo feminino
O Lúpus atinge em maior escala as mulheres em idade fértil. É precisamente nessa altura que muitas mulheres começam a ponderar aumentar a família. No entanto, as mulheres com lúpus na gravidez e os seus bebés têm alguns riscos durante a gestação.
Lúpus e gravidez
O Lúpus não é uma contraindicação para a gravidez, a não ser que se verifiquem complicações como hipertensão pulmonar ou falência renal.
De forma a minimizar o risco de exacerbações durante a gravidez, a doença deve estar inativa no mínimo seis a doze meses.
Ainda assim, a gravidez e o período pós-parto podem precipitar um surto de Lúpus (uma reativação aguda da doença, que se manifesta pelo agravamento dos sintomas já existentes ou pelo desenvolvimento de novos sintomas), que, na maioria dos casos, decorrem sem problemas.
É, por esse motivo, importante que se uma mulher com Lúpus quiser engravidar deve consultar o seu médico assistente e delinear qual a melhor altura.
Isto porque uma exacerbação severa da doença poderá ser fatal para ambos, visto que alguns dos fármacos utilizados para o controlo do quadro sintomatológico da patologia são feto-tóxicos.
Todavia, os riscos do Lúpus na gravidez podem ser minimizados também pela otimização da terapia prévia à conceção.
Lúpus na gravidez e desenvolvimento fetal
Quando a mulher tem lúpus na gravidez, podem existir algumas consequências para o feto, entre as quais:
- Aborto espontâneo;
- Morte fetal;
- Restrição do crescimento intrauterino;
- Parto prematuro e morte perinatal.
A pré-eclâmpsia (subida da pressão sanguínea) e eclâmpsia são outras complicações que podem surgir.
Acompanhamento especializado durante a gravidez
A condição de Lúpus na gravidez exige um acompanhamento de uma equipa multidisciplinar, no qual vários especialistas (obstetra, neo-natologista e cardiologista pediátrico) trabalham em conjunto para acompanhar, detetar e intervir precocemente nas situações de risco.
Como prevenir um surto de Lúpus na gravidez?
É essencial prevenir os surtos na gravidez. Para tal, há algumas dicas que pode seguir:
- Fazer consultas de rotina para reavaliação dos sintomas e realizar os exames necessários para reajustar o tratamento sempre que necessário;
- Evitar situações de stress que possam dar origem a estados de ansiedade e cansaço;
- Desenvolver estratégias e comportamentos que promovam o bem-estar (gestão do tempo, relaxamento, caminhar e passear, por exemplo);
- Usar protetor solar (com fator de proteção superior a 15) em todas as atividades ao ar livre, no verão ou no inverno, e evitar a exposição ao sol e a luz fluorescente;
- Repousar adequadamente;
- Praticar uma atividade física adequada para relaxar e evitar a rigidez articular, a osteoporose, a fraqueza muscular e a fadiga (ioga, pilates, hidroginástica…);
- Evitar esforços físicos.
Tratamento do Lúpus
O plano terapêutico do Lúpus tem como objetivo prevenir um “ataque” uma vez que a doença não tem cura. Pode incluir medicamentos, exercício e repouso na gravidez, ajustes na dieta, gestão do stress e evitar a exposição solar.
Como alguns medicamentos usados no tratamento do Lúpus não podem ser usados durante a gravidez, o seguimento médico regular é extremamente importante para controlar os sintomas e determinar os parâmetros de atividade da doença.
A não esquecer
Um adequado equilíbrio entre exercício e repouso é imprescindível para um bom controlo da doença em todas as fases da vida mas ainda mais necessário na gravidez.
Deve ser assegurado um bom repouso/sono noturno e períodos de repouso / sono/relaxamento durante o dia.
Embora não seja habitualmente necessário abdicar das suas atividades habituais (à exceção de atividades muito cansativas), por vezes é necessário diminuir o número de horas de trabalho e é aconselhável pedir ajuda à família nas tarefas domésticas.
O aconselhamento antes da gravidez, os cuidados da grávida com o seu estado de saúde e a cooperação entre vários profissionais de saúde otimiza as possibilidades de uma gravidez com sucesso.
Esta informação é meramente indicativa, não pretendendo, em qualquer momento, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.