A gravidez provoca evidentes alterações físicas no corpo da mulher mas também mexe profundamente com as sua emoções. Particularmente sensíveis são as mães de primeira viagem, para quem tudo é novidade.
Efeitos psicológicos da gravidez e do pós-parto
Ao longo da gestação, são várias as preocupações que surgem e que podem dar origem a instabilidade emocional, angústia, ansiedade, ambivalência de sentimentos, medo, insegurança, inquietação, todos eles sentimentos normais e próprios de quem está a gerar um bebé dentro de si e vai ter uma nova responsabilidade na sua vida.
Ao longo da gestação podem surgir alterações emocionais e psicológicas diferentes muitas vezes associadas à fase do desenvolvimento embrionário (1º trimestre da gravidez) e fetal (do 2º trimestre ao fim da gravidez):
1º Trimestre da gravidez
Depois da eventual ansiedade de conceber, o casal recebe a confirmação da gravidez. É um momento feliz mas, também, de grande expectativa, especialmente até ultrapassar as primeiras 12 semanas de gravidez.
Fisicamente, não se notam grandes alterações no corpo da mulher. Tudo se passa a uma escala mínima e, excluindo os sintomas associados à gravidez, ninguém diria que está grávida.
No final do 1º trimestre, com a ecografia, o bebé torna-se real para ambos os pais. Ver o bebé, observar os seus movimentos é materializar o bebé sonhado.
2º Trimestre da gravidez
Entre as semanas 14 e 26, período que abrange o 2º trimestre da gravidez, a mulher tende a ficar mais tranquila. A fase mais delicada do desenvolvimento do seu bebé ficou para trás e pode usufruir em pleno da alegria da maternidade.
A barriga começa a crescer orgulhosamente, o sono melhora e os desconfortos do 1º trimestre diminuem ou podem mesmo desaparecer. A partir das 16 semanas, a mãe começa a sentir o seu bebé a mexer e inicia-se uma interação mais física e real.
Os pais divulgam a feliz notícia e tudo se centra no bebé em desenvolvimento. Começam os preparativos, as listas das compras, a escolha do nome, a preparação do quarto do bebé, a pesquisa de informação sobre os cuidados ao bebé e a parentalidade positiva, a compra das primeiras roupinhas… Os pais entram de cabeça no mundo dos bebés.
É normal, até, que as mães sintam maior empatia com outras mulheres grávidas, como se fizessem parte de um clube privado.
3º Trimestre da gravidez
No 3º trimestre (da semana 27 ao nascimento), a agitação pode regressar. A mulher sente-se mais cansada, pesada e outras preocupações surgem na sua mente sobretudo, no que respeita ao parto, pós-parto e cuidados ao bebé.
Se se sentir demasiado cansada, desanimada, com falta de energia e pensamentos negativos persistentes, é muito importante que peça ajuda. Partilhe os seus sentimentos e angústias com o seu companheiro, envolva-o na procura de respostas às suas questões, fale com o seu médico ou com uma mãe experiente em quem confie.
A depressão na gravidez ou depressão pós-parto não é tão incomum como se possa pensar. Muitas vezes não é falada e as mulheres carregam sozinhas o peso das suas ansiedades, medos e inseguranças. No entanto, saiba que isso é normal. Não queira fazer tudo sozinha. Procure ajuda e apoio para viver intensamente uma das fases mais gratificantes da vida de uma mulher.
Preocupações comuns dos futuros pais
As mães…
Para as mulheres, as preocupações com a saúde e bem-estar do bebé, o medo de não conseguir compreender as necessidades do seu bebé e lidar de forma tranquila com as exigências do seu novo papel, são apenas algumas das questões que se somam à ansiedade normal que sentem ao longo da gravidez.
Entre as preocupações mais comuns, destacam-se:
- Serei capaz de cuidar do bebé?
- Será que a relação com o companheiro se vai alterar?
- Como será o pós-parto?
- Como conjugar o trabalho com a vida familiar?
- Como e quando poderei voltar a ter uma vida sexual normal?
- Será que as alterações induzidas pela gravidez no meu corpo vão alterar a minha vida sexual e a forma como o meu companheiro me vê na intimidade?
- Como reagir perante a interferência da família e dos amigos sobre a nossa relação como casal e a forma como cuidamos do bebé?
- Será que o meu companheiro irá colaborar nas tarefas domésticas e no cuidar da criança?
Os pais…
Mas não são só as mulheres que se preocupam. Os homens também têm muitas dúvidas e inseguranças face a esta nova realidade familiar.
Apesar de o cuidador principal ser, na maioria dos casos a mãe, os pais estão cada vez mais envolvidos na prestação dos cuidados e educação dos seus filhos.
Por vezes, as mães devem incentivá-los e capacitá-los para os cuidados ao bebé. Pais presentes e que se sentem competentes para responder às necessidades do seu filho e cuidar das suas necessidades são fundamentais para o desenvolvimento harmonioso das crianças.
Algumas questões que podem levantar dúvidas aos pais:
- Serei capaz de cuidar do bebé?
- Serei capaz de ajudar a minha companheira na recuperação do parto?
- Será que vou ser colocado em “segundo lugar” com a chegada do bebé?
- Um bebé traz novas despesas. Serei capaz de sustentar a família e proporcionar-lhe uma boa qualidade de vida?
Para saber mais sobre o pós-parto, os cuidados ao recém-nascido, a amamentação ou as cólicas do bebé, consulte a nossa sessão dedicada ao recém-nascido.