Nos últimos 12 meses nasceram mais de 21300 bebés em Portugal, 1804 durante este mês de julho. Quase 12 mil desses bebés foram amamentados na primeira hora de vida. Os dados foram hoje divulgados pelo Consórcio Português de Dados Obstétricos (CPDO), que congrega 13 serviços de obstetrícia e ginecologia dos maiores hospitais portugueses.
Este número pode ser traduzido em 55,3% do total de bebés nascidos nos últimos 12 meses. Também mais de metade, 12554, ou 58,5%, tiveram contacto pele-a-pele imediato com a mãe.
Além destes dados foi também revelado que o índice de massa corporal médio das grávidas está acima do peso normal (25,2), que cerca de 3000 mulheres que deram à luz nos últimos 12 meses sofriam de obesidade (IMC maior do que 30) e mais de 7500 tinham IMC superior a 25 (pré-obesidade).
À Agência Lusa, Diogo Ayres Campos, diretor do serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte explicou que durante a pandemia, “houve dúvidas sobre se estava a haver mais ou menos nascimentos, ou mais grávidas com diabetes, e não tínhamos esses dados. Aqui temos dados que não são exatamente do dia, mas no final do mês já conseguimos ter essa visão”.
Segundo explicou o especialista, com esta iniciativa será possível ter acesso a dados que, além de mais atuais, são mais pormenorizados e rigorosos. Diogo Ayres de Campos pertence à Comissão Científica Instaladora do CPDO, explicou que este programa de registos clínicos, o Obscare, foi criado em 2002 no Hospital de São João, no Porto, estendendo-se a todo o país.
“Neste momento, a grande maioria dos hospitais universitários já o têm e muitos hospitais não universitários também”, acrescentou o especialista.
Além dos dados já revelados e do destaque à percentagem de bebés amamentados na primeira hora de vida, foram registados neste programa 1887 bebés pré-termo (antes das 37 semanas de gestação). A idade média das grávidas no último ano foi de 31,3 anos e, nos últimos 12 meses, houve mais de 100 mulheres acima dos 45 anos a serem mães e mais de 1500 acima dos 40 anos.
Quanto aos antecedentes, os dados mostram que quase 2000 grávidas eram fumadoras e mais de 200 reportaram casos de alcoolismo recente. Do total de nascimentos, 21301 ocorreram no hospital, 30 no domicílio e 15 em transporte pré-hospitalar.
No último ano, 14428 dos partos foram vaginais (taxa de episiotomias de 39,6) e 6503 feitos por cesariana. Foram ainda registados 860 partos vaginais após cesariana.
22 de julho 2021