Um terços das crianças norte-americanas não conhecem a origem dos alimentos que consomem, especialmente das carnes processadas. Muitas afirmam que este tipo de alimento é de origem vegetal. Esta é a conclusão de um estudo conduzido pela Universidade de Furman, na Carolina do Sul, e publicado na revista científica “Journal of Environmental Psychology”.
O consumo de carnes e outros alimentos ultraprocessados é prática comum em vários países ocidentais, em especial nos Estados Unidos da América. Muitas das crianças norte-americanas que consomem estes produtos não conhecem a origem da comida que consomem com tanta frequência.
O estudo, levado a cabo por investigadores da Universidade de Furman contou com a participação de 176 crianças voluntárias, com idades compreendidas entre os 4 e os 7 anos. Os participantes pertencem a diversas classes sociais mas residem todos numa região metropolitana. Durante a pesquisa foi pedido às crianças que identificassem a origem dos alimentos (entre animal ou vegetal9, e que as classificassem como comestíveis ou não.
Um terço das crianças entrevistadas acreditam que nuggets, cachorros quentes, bacon, certos queijos e hambúrgueres são alimentos derivados de plantas. Quase metade dos participantes afirmou pensar que as batatas fritas são de origem animal.
O artigo apresenta duas possíveis explicações para o desconhecimento infantil. A primeira está relacionada com a baixa exposição das crianças à forma como os alimentos são cultivados. Essa hipótese é sustentada por dados do Departamento de Agricultura norte-americano, segundo os quais o número de crianças quem vivem em meio rural nos EUA diminuiu, e pelas escolas, que ensinam o que comer, mas não de onde vem o ingrediente.
Outra razão, pode residir no comportamento dos pais, que nem sempre explicam a origem dos produtos que dão aos filhos oara consumir.
Na etapa destinada a separar os produtos entre comestíveis e não comestíveis, o grupo mais velho respondeu mais frequentemente de forma correta. As opções incluíam animais não consumidos tipicamente (gato, cavalo, macaco, cachorro e lagarta) e os ingeridos com frequência (vaca, porco, frango e peixe).
Apesar do bom resultado, os pesquisadores chamam atenção para o fato de que muitas crianças desta faixa etária indicarem não ser aceitável comer vacas, porcos e frangos, assim como as mais novas, que em 85% dos casos considerados errados, classificaram alimentos de origem animal como não comestíveis.
16 de novembro 2021