Ouviu dizer que a amamentação é uma excelente forma de evitar uma nova gravidez? É possível uma gravidez amamentando? Neste artigo encontra tudo o que deve saber sobre o controlo de natalidade durante o período de amamentação.
Algumas mães ouvem que a amamentação impede uma nova gravidez cedo demais e perguntam-se se tal será bem assim. Em algumas situações, tal pode ser verdade, caso a mulher não tenha o período, amamente em exclusivo o seu bebé (isto é, o bebé não recebe nenhum outro alimento para além do leite materno) e o bebé tenha menos de seis meses de vida.
Gravidez amamentando
Método natural para evitar uma gravidez amamentando
O método natural para evitar uma gravidez amamentando é baseado na amenorreia, ou seja, na total ausência de menstruação. Este método baseia-se na crença de que, enquanto a mulher estiver a amamentar e sem menstruação, não tem períodos férteis e, por isso, não engravida mesmo com relações sexuais desprotegidas.
A Organização Mundial da Saúde aceita este método (particularmente nos países em vias de desenvolvimento, onde ser verifica uma maior limitação de acesso a outros métodos anticoncecionais) desde que se verifiquem três condições em simultâneo:
1. Ausência total de menstruação.
2. Amamentação integral (amamentação do bebé em todas as refeições, ao ritmo que ele quiser, dia e noite e sem oferecer outros alimentos ou líquidos em substituição de uma refeição de leite).
3. Bebé com idade inferior a 6 meses.
Se estas três condições forem respeitadas, estima-se que a taxa de gestação será de 2%. Contudo, se qualquer uma destas condições não for observada (como fazer uma pausa na amamentação à noite), deve ser considerado outro método contracetivo.
Para além disso, é possível uma ovulação sem menstruação o que pode induzir a mulher em erro e levá-la a engravidar novamente.
Sintomas de gravidez amamentando
Os sintomas de uma gravidez amamentando são semelhantes à gravidez sem que a mulher esteja a amamentar. Alguns sintomas como cansaço e sonolência ou aumento da sensibilidade dos seios, podem ser erradamente atribuídos à privação do sono ou à amamentação do bebé.
Os sintomas clássicos de uma gravidez devem-se, sobretudo, às alterações hormonais que preparam o corpo da mulher para proteger a gestação e nutrir o bebé: dores de cabeça, enjoos e vómitos, frequência em urinar, desconforto intestinal e prisão de ventre.
Amamentação na gravidez
Se ainda dá de mamar ao seu bebé e voltou a engravidar, não há motivo, do ponto de vista médico, para fazer um desmame apressado. Alguns pais defendem o desmame natural, e aguardam que a criança tome a iniciativa de deixar de mamar, mesmo que aconteça uma nova gravidez entretanto.
Assim, se é sua intenção dar de mamar estando novamente grávida, pode fazê-lo. Neste caso, é importante explicar à criança (segundo a idade) que está a chegar um novo bebé e que terá que partilhar o peito com ele.
Fale com o pediatra sobre a melhor forma de o fazer. Pode reservar, por exemplo, a mamada do filho mais velho para a hora de deitar.
Dar de mamar na gravidez prejudica o feto em desenvolvimento?
Amamentar durante a gravidez não retira nutrientes ao feto em desenvolvimento. Quando a mulher engravida e tem um filho que ainda mama ao peito, pode continuar a fazê-lo durante a gestação e depois do bebé nascer, sem que isso prejudique o desenvolvimento fetal ou a alimentação do novo bebé.
Segundo o pediatra espanhol Carlos González, “Amamentar não prejudica em nada o feto, e os nutrientes que uma mulher necessita para fazer ambas as coisas ao mesmo tempo são muito menos do que os necessitaria se estivesse grávida de gémeos, por exemplo. E depois do parto pode continuar a dar de mamar a ambos os filhos ao mesmo tempo, …”. [1]
Que métodos anticoncecionais são seguros na amamentação?
Cerca de um mês após o parto, se houve episiotomia ou cesariana, o casal poderá retomar a sua vida sexual desde que o médico dê sinal verde.
1. Contracetivos hormonais
Se a opção recair sobre a contraceção hormonal, não são aconselhadas as pílulas estroprogestativas porque a ação dos estrogénios pode interferir com a produção do leite. A pílula mais indicada para esta fase é a progestativa, a iniciar quando a amamentação já estiver bem estabelecida e a tomar de forma contínua, sem pausas.
2. Contracetivos não hormonais
Se a opção for os contracetivos não hormonais, os preservativos masculinos de látex e o dispositivo intra-uterino (DIU) são as opções ideais.
[1] Pergunte ao Pediatra, Carlos González, página 126, edições Pergaminho, 2014
Bibliografia: New Mother’s Guide to Breastfeeding, American Academy of Pediatrics e Winnie Yu. Editado por Joan Younger Meek, MD, MS, RD, FAAP, IBCLC, 2ª edição, 2011