Dor infantil: quando é motivo de preocupação? Provavelmente, esta pergunta surge a muitos pais quando se deparam com os filhos queixosos de dor. A dor infantil é, na verdade, um assunto complexo pois é uma experiência única.
Consequentemente, podemos ficar sem saber o que fazer perante o choro do nosso bebé ou quando a criança se queixa. Será que é normal? Estaremos nós a reagir de forma exagerada levando a criança ao médico? Serão, talvez, dores de crescimento? Ou então estará a criança a exagerar quando diz que a dor é muito forte?
Com o objetivo de o ajudar a decidir perante a manifestação de dor no seu filho, e com base num artigo publicado na WebMD, pesquisámos sintomas comuns de dor infantil, tanto em bebés, como em crianças e adolescentes.
Sintomas de dor infantil: bebés
Os bebés não conseguem falar e expressar o que sentem. Portanto, quando algo não está bem, normalmente choram. Contudo, como poderemos saber se o choro é sinal de dor e não de fome, frio, desconforto ou outra situação? Bem, a resposta está na interpretação do choro. Sendo assim, há alguns sintomas de dor infantil reconhecíveis.
Alteração nos padrões de choro e comportamentais
Se verificar que o seu bebé chora em situações diferentes das habituais, poderá estar a sentir dor. Se o bebé continua a chorar perante um comportamento que normalmente o acalma, pode ser um sintoma de dor infantil. Uma inquietação não habitual no seu bebé pode ainda ser um sinal de dor.
Por outro lado, um bebé que fica apático e evita o contacto visual pode estar a sofrer com dor crónica.
Choro prolongado e frequentemente à mesma hora do dia
Este tipo de choro está frequentemente associado às típicas cólicas que surgem muitas vezes às duas semanas de vida dos bebés e prolongam-se, muitas vezes até aos três ou quatro meses de idade.
Choro com as pernas levantadas na direção da barriga
Este pode ser um sinal de cólica ou de um problema grave de saúde.
Choro durante a amamentação
Este tipo de choro pode ser um sinal de infeção nos ouvidos.
Dor infantil: primeira infância
Nesta idade, as crianças já conseguem falar e, por isso, verbalizar a dor. Normalmente, expressam a dor infantil verbalmente (com “uis” e “ais”) e muitas vezes tocando na parte do corpo que dói.
Dor infantil: crianças e adolescentes
Curiosamente, a dor infantil crónica ou recorrente é mais frequente do que pode parecer. Há estudos que indicam que até 40% de crianças maiores e adolescentes se queixa de dores pelo menos um vez por semana. Ora, falamos aqui de uma proporção bastante elevada de crianças.
Dor abdominal aguda
Este tipo de dor, quando surge repentinamente, pode ser sinal de uma infeção vírica.
Se contudo suspeitar que a dor é devida a apendicite, deve recorrer de imediato às urgências. Normalmente, nesta situação, a dor localiza-se à direita do umbigo e é acompanhada de vómito, náuseas e vontade de permanecer imóvel.
Dor abdominal frequente
Uma criança que se queixa de dor abdominal diária sem náuseas, vómitos ou diarreia pode ser, curiosamente, sinal de enxaqueca.
Dor de estômago
Uma dor de estômago que desaparece após um movimento intestinal pode ser sinal de prisão de ventre.
Dor de cabeça
Este tipo de dor infantil pode ser sinal de uma doença vírica.
No entanto, as dores de cabeça que ocorrem à mesma hora do dia, acompanhadas de náuseas e/ou sensibilidade à luz podem ser sintoma de enxaqueca. O mesmo se aplica a raparigas adolescentes durante o período menstrual.
Dores de corpo recorrentes
As dores infantis de corpo generalizadas recorrentes, se foram acompanhadas de distúrbios de sono, poderão indicar depressão ou ansiedade na criança ou adolescente. Tanto a ansiedade como a depressão passam muitas vezes despercebidas nestas idades.
Dor no peito
É muito raro que uma dor no peito numa criança ou adolescente saudável indique problemas cardíacos. No entanto as dores infantis no peito podem indicar uma variedade de problemas como lesão muscular ou stress emocional (que provoca tensão muscular). As dores no peito após uma lesão podem ser indício de costela partida ou lesão no pulmão.
Se, contudo, a dor no peito for acompanhada de tonturas, desmaio ou falta de ar, incluindo durante a prática de exercício físico deverá levar a criança ao pediatra.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.