Duas gémeas de seis semanas morreram na sequência de partilharem a cama com a mãe, prática conhecida como “co-sleeping”. A tragédia ocorreu a 26 de novembro de 2019, em Brisbane, Austrália.
As gémeas Indiana e Violet foram encontradas inconscientes debaixo dos cobertores, na cama que partilhavam com a mãe. Segundo a polícia do estado de Queensland, foram feitas tentativas de reanimação às bebés. Contudo, uma das gémeas não reagiu e foi declarada morta no local. A outra foi reanimada e transportada para um hospital pediátrico. No entanto, não resistiu e faleceu 36 horas mais tarde.
As mortes das gémeas na sequência de “co-sleeping” não estão a ser tratadas como sendo suspeitas. “Investigações preliminares sugerem que as bebés estavam a dormir juntas durante a noite e foram descobertas inanimadas”, indicou a mesma a mesma fonte.
Fontes próximas dos pais das gémeas dizem que estes têm tido enormes dificuldades em lidar com a perda das filhas. Kieran Garratt, amigo da família relatou que desde a tragédia os pais têm “andado a vaguear como zombies”.
Os dois “anjos de Brisbane” terão sido a última tentativa de aumentar a família
Kieran Garratt falou das duas bebés de seis semanas de idade como sendo “anjos”. Indiana e Violet foram ainda descritas como sendo “perfeitamente saudáveis e extremamente bonitas”.
As trágicas gémeas terão sido a última tentativa de aumento da família. “Simplesmente devido ao facto de já terem dois e de estarem com mais de 40 anos de idade, acho que ficam por aqui após isto”, comentou o amigo da família.
Os pais das gémeas têm ainda uma filha de cinco anos e um filho de três anos, este último com autismo. Kieran Garratt disse que também os irmãos das gémeas estão com dificuldades em aceitar a tragédia. “A menina é a mais velha dos filhos, tem cinco. Primeiro estava devastada, mas tem sido realmente resiliente, ao lado da mãe a dar-lhe suporte”, explicou. Por outro lado, o irmão descrito como dócil, anda pela casa à procura das irmãs.
Kieran Garratt e a mulher Sylvia organizaram uma recolha de donativos para o funeral das gémeas e outras despesas.
Ainda não há data para o funeral de Indiana e Violet pois estão ainda em curso investigações à morte das gémeas.
A tentação do “co-sleeping”
O pai das gémeas falou aos media pela primeira vez, dias após a trágica morte. Segundo o técnico químico tinha sido apenas a segunda vez que tinham tentado “co-sleeping” com as gémeas. O casal sabia dos riscos, mas a privação de sono devido ao facto de terem duas gémeas recém-nascidas levou a melhor.
A mãe teria pedido que o marido dormisse noutro quarto para que conseguisse um sono mais reparador. No dia seguinte, estaria assim mais recuperada para levar os outros filhos para a escola. Mas infelizmente, desta vez, as gémeas morreram na sequência de “co-sleeping”.
“Dei-lhe o nome de Violet”, desabafou o pai destroçado. “Ela era a minha “fofinha”. Quando entrei…sabia que ela tinha morrido. A Indiana ainda estava quente e a minha mulher tinha decidido procurar ajuda. Mas no hospital disseram-nos que ela tinha perdido demasiado oxigénio”.
“Sabíamos que ela não iria sobreviver”, concluiu.
Não adote a prática de “co-sleeping” com o seu bebé
Esta trágica história é mais um alerta para os perigos de partilhar a cama com o seu bebé, ou “co-sleeping”. “Co-sleeping pode ser definido como a prática de dormir na mesma área que a criança, como uma cadeira, sofá, cama ou o quarto. Contudo, é a partilha da cama, sofá ou cadeira que oferece riscos, os quais não vale a pena correr. Este foi precisamente o caso com as gémeas Indiana e Violet.
O cansaço de ter que acordar durante a noite, frequentemente várias vezes, pode tentá-lo a por o seu bebé consigo na cama. Contudo, os risco que tal acarreta não compensam, como confirma aquela triste notícia. E o mundo científico confirma isso.
Alguns estudos e relatórios internacionais evidenciam que o risco de morte súbita é bem real quando o bebé/criança partilha o seu espaço de descanso noturno (cama, cadeira, sofá) com um adulto.
A Sociedade Americana de Pediatria é uma das entidades que recomendam veementemente que não se partilhe a cama com as crianças.
Segundo um estudo da mesma organização publicado no início de 2014, a partilha da cama é a principal causa da Síndrome de Morte Súbita em crianças entre um e 12 meses de idade.
A segurança na hora do sono está primeiro
Nunca é demais lembrarmos que a segurança está acima de tudo. E a hora do sono do seu bebé não é exceção. Lembre-se que é fundamental:
- Não usar almofadas porque podem aumentar o risco de o bebé sufocar.
- O bebé deve ser deitado de costas, com os pés a tocar o fundo da cama.
- Proteger o berço/cama de modo a que o bebé não caia nem fique preso entre o colchão e a parede.
- Nunca cobrir a cabeça do bebé; a roupa da cama deve ficar ao nível do tronco e bem presa e esticada debaixo do colchão.
- Nunca deixar o bebé sozinho na cama caso exista o risco de se poder virar numa posição perigosa.
- Nunca partilhar a cama com um bebé/criança quando se é fumador, se está exausto ou se sob o efeito de drogas ou álcool.