Estágios do parto normal: conheça as várias fases do parto normal, o que pode esperar em cada uma delas, como ajudar a descontrair e a controlar a dor e o que acontece nas primeiras horas após o parto.
Estágios do parto normal
Apesar de não haver certezas quanto à forma como irá decorrer o parto normal, se tiver algumas noções sobre o que a espera, pode preparar-se e antecipar o que vai acontecer o que a ajudará a encarar o parto com maior tranquilidade.
Estágios do parto normal
O trabalho de parto divide-se em quatro períodos ou estádios:
- Apagamento e dilatação do colo do útero (que atinge os 10 cm)
- Período expulsivo (quando tem de fazer força e o bebé nasce)
- Saída da placenta (depois do bebé nascer)
- Puerpério imediato (do nascimento ao 10º dia pós-parto)
1º Estágio: apagamento e dilatação do colo do útero
O primeiro estágio do parto normal inicia-se com as contrações uterinas regulares e termina com a dilatação completa do colo.
Progressivamente, as contrações ficam mais intensas, regulares e dolorosas. O papel das contrações é dilatar o colo do útero para permitir a expulsão e nascimento do bebé.
Este estágio é o mais prolongado e a sua duração variável: pode demorar de 12 a 48 horas para o primeiro parto e 5 a 14 horas em mulheres que já tiveram filhos anteriormente.
O primeiro estágio do parto normal é constituído por 3 sub-fases:
- Fase latente: contrações leves com um intervalo de 10 a 15 minutos entre si e com a duração de 15 a 20 segundos. Atinge os 3 – 4 cm de dilatação;
- Fase ativa: contrações com duração de 30 a 45 segundos em intervalos de 5 minutos entre si. Atinge 4 – 7 cm de dilatação;
- Fase de transição: contrações com duração de 60 a 90 segundos e grande vontade de fazer força. Atinge os 10 cm de dilatação.
1. Fase latente
A fase latente compreende o apagamento e o início da dilatação entre os 0 e os 4 cm de dilatação e é de progressão lenta.
A duração deste estágio é variável de mulher para mulher. Nas mulheres que já foram mães, é previsível que a dilatação seja mais breve porque enquanto numa primeira gravidez, passa primeiro por um processo de “apagamento” (encurtamento) do colo do útero e só depois começa a dilatação, nas gestações seguintes, o colo do útero vai apagando e dilatando ao mesmo tempo.
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Alguns dias ou horas antes do parto, pode sentir um corrimento esbranquiçado, rosado, vermelho ou acastanhado e espesso, com consistência semelhante à clara de ovo. Trata-se da expulsão do tampão mucoso. A sua expulsão é um sinal que o colo do útero está a começar a abrir.
O que fazer para ficar confortável?
Tente comer uma refeição leve e beba muita água. Também pode tomar um banho morno, tentar relaxar com um filme, pedir uma massagem ou tentar dormir. Também pode decidir dar uma caminhada o que também ajuda a dilatar mais rapidamente.
A partir do momento em que decide ira para o hospital / maternidade, não deverá comer nem beber mais nada, a não quer que a equipa que a está a assistir dê alguma indicação em contrário. Assim, é muito importante que esteja bem alimentada e hidratada.
2. Fase ativa
Considera-se que o parto se iniciou quando a grávida atinge os 4 cm de dilatação. As contrações tornam-se mais frequentes, regulares e dolorosas. Podem chegar a intervalos de 5 minutos entre si, e durar 30 a 45 segundos.
Com o aumento da frequência e intensidade das contrações, o útero abre mais rapidamente. No entanto, ainda faltam algumas horas para atingir a dilatação completa (10 cm).
O que fazer?
Prepare-se para ir para a maternidade / hospital: ligue à pessoa que a vai acompanhar ou chame uma ambulância; confira os documentos pessoais, pegue na mala da maternidade e no kit para recolha das células estaminais, se decidiram guardá-las.
É provável que a bolsa amniótica já tenha rompido o que irá acelerar o trabalho de parto. Em algumas situações, a bolsa amniótica pode ser rompida artificialmente pelo profissional de saúde para abreviar o trabalho de parto.
Chegada à maternidade, será observada para analisar a dilatação cervical e a descida (apresentação) da cabeça do feto (partograma). O médico poderá fazer o exame de toque ou toque vaginal para avaliar se o trabalho de parto está a progredir fisiologicamente como previsto e identificar eventuais atrasos.
Com a intensificação das contrações, poderá levar a anestesia epidural para controlo da dor.
3. Fase de transição
Nesta fase, o colo do útero chega aos 10 centímetros de dilatação. As contrações são mais intensas e menos espaçadas entre si e sentirá vontade de fazer força (Reflexo de Fergusson).
Será incentivada a inspirar e expirar longa e profundamente entre contrações.
2º Estágio do parto normal: período expulsivo
O segundo estágio, inicia-se na dilatação completa e termina com o nascimento do bebé.
Com 10 cm de dilatação, chega o momento de fazer força para ajudar o bebé a deslizar pelo canal de parto até ao exterior. Este período pode variar de minutos até 3 horas.
A cada nova contração uterina, em conjunto, a força que faz, o bebé é empurrado um pouco mais em direção à saída. Sempre que uma contração se aproximar, será incentivada a fazer força para, com as duas forças a trabalhar em simultâneo, ajudar o bebé a sair.
E se precisar de ajuda extra para expulsar o bebé?
Para ajudar o bebé a nascer, poderá ser realizada pelos profissionais de saúde a manobra de Kristeller, que consiste em aplicar pressão no fundo do útero.
Outra técnica utilizada é a episiotomia, pequena incisão feita na área muscular situada entre a vagina e o ânus (períneo) com o objetivo de alargar o canal vaginal e, assim, facilitar a saída da cabeça do bebé e evitar lacerações no períneo.
3º Estágio do parto normal: saída da placenta
O terceiro estádio decorre entre o nascimento do bebé até à expulsão (ou dequitadura) da placenta.
Depois do bebé nascer, as contrações continuam, mas com menor intensidade. Ainda falta expulsar a placenta do útero.
A placenta será examinada cuidadosamente para confirmar que está integra e não ficou nenhum produto da gestação retido no útero. Se tiver feito uma episiotomia, será suturada.
4º Estágio do parto normal: puerpério imediato
Logo após o parto, o músculo uterino contrai-se para evitar hemorragias. O útero será avaliado através de palpação abdominal para confirmação de que se está a contrair como previsto, as perdas via vaginal e os sinais vitais maternos são vigiados.
Apesar do esforço exigido pelo trabalho de parto, já estará junto ao seu bebé que, provavelmente, já procurou o seu peito para mamar!
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