O aborto espontâneo é um problema que afeta cerca de uma em cada cinco gravidezes. Por vezes, a mulher nem se apercebe que estava grávida, confundindo a expulsão do material genético com uma menstruação.
Aborto espontâneo
Considera-se que o aborto é um aborto espontâneo quando ocorre antes da 24ª semana da gestação (perto do final do 2º trimestre).
O que causa um aborto?
As causas de aborto espontâneo nem sempre são evidentes mas há fatores de risco identificados como:
- Estilo de vida (consumo de tabaco, álcool, drogas – recreativas ou certos medicamentos) (ver Como o tabaco e o álcool afetam a fertilidade);
- Anomalias cromossómicas;
- Falta de peso ou peso em excesso;
- Problemas médicos (fibromas, problemas genéticos hereditários, infeções graves, problemas hormonais, doenças auto-imunes, espermatozoides anormais);
- Colo do útero incompetente ou colo do útero aberto;
- Avançar da idade da mulher.
No entanto, e apesar de muitas vezes os exames revelarem os motivos do aborto, para alguns casais não há motivo aparente.
Aborto espontâneo completo ou incompleto
O aborto pode ser completo ou incompleto.
- Aborto completo: quando o aborto terminou e todos os produtos da conceção (feto, placenta e saco amniótico), foram expulsos.
- Aborto incompleto: situação em que alguns dos produtos da conceção ficam retidos no útero e a hemorragia pode continuar. Neste caso, existe risco de infeção e a mulher pode ser aconselhada a fazer uma evacuação dos produtos da conceção retidos (EPCR).
Aborto nas semanas iniciais da gestação
A alta taxa de abortos espontâneos nas primeiras semanas da gravidez leva mesmo a que se aconselhe alguma reserva para comunicar a boa nova até às 12 semanas, altura em que o risco decresce acentuadamente.
Com a finalização do desenvolvimento das principiais estruturas e órgão vitais fetais, por volta da 13ª semana da gravidez, o risco de aborto baixa para cerca de 65%.
Muitas mulheres nem reparam que há alguma errada com a gravidez antes de fazerem uma ecografia. Quando o feto parece ter parado de se desenvolver e morreu, chama-se um aborto oculto (ver Será que tive uma aborto sem saber que estava grávida?).
Habitualmente, é realizada uma raspagem do revestimento uterino (ou curetagem) para eliminar todos os produtos da conceção e, assim, evitar complicações como uma infeção.
Noutros casos, o ovo fecundado não se desenvolveu ou desenvolveu-se com anomalias incompatíveis com a vida. No exame ecográfico, aparece o saco amniótico, mas sem embrião, que parou de se desenvolver numa fase muito inicial da gravidez. O nome médico para esta ocorrência é ovo defeituoso.
O risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre é, muitas vezes, sinónimo de grande tensão emocional e angústia. Procure relaxar e foque-se em pensamentos positivos. Por vezes, é a Natureza a desempenhar a sua função.
Sinais de alarme para aborto espontâneo
Perante certos sinais e sintomas deve contactar com urgência o seu médico ou dirigir-se a um serviço de urgência de obstetrícia para ser observada e assistida:
- Sangramento vaginal, mesmo que ligeiro;
- Dores abdominais;
- Vómitos intensos;
- Queda ou acidente: se sofreu um acidente doméstico, no local de trabalho ou na estrada, mesmo que ligeiro e sem consequências físicas aparentes, deve consultar o seu médico o mais rapidamente possível para avaliação.
Durante a gravidez todo e qualquer sangramento deve constituir preocupação e deve ser observada o mais rapidamente possível. Se ocorrer nas primeiras semanas de gravidez pode ser um sinal de aborto espontâneo, motivo pelo qual, deve procurar assistência médica imediata.