Durante 2022 foi atingido um novo máximo de detenções por crimes sexuais contra crianças, em relação aos últimos cinco anos. A Polícia Judiciária (PJ) deteve 210 pessoas durante o ano passado, revela o coordenador de investigação criminal para estes casos em Lisboa e Vale do Tejo.
Em entrevista à Agência Lusa, o coordenador José Matos revela que apesar de os dados de 2022 ainda não estarem consolidades, o peso dos crimes sexuais contra crianças, na criminalidade global, é considerável. As estatísticas da PJ indicam um crescimento gradual do número de detidos nos últimos cinco anos.
José Matos afirmou que durante o ano passado, “a PJ fez no ano passado 210 detenções, num total de 276” crimes de natureza sexual. Um número que “reflete também o rácio da totalidade de crimes sexuais perpetrados contra menores e contra adultos: cerca de 70% são sempre crimes sexuais perpetrados contra crianças ou jovens até aos 18 anos”, referiu.
“Em 2022 só contra crianças tivemos 2410 processos abertos num total da PJ de 3230 crimes sexuais. Ou seja, desses 3230, acima de 2400 são contra crianças”, explicou o coordenador da Polícia Judici. 75% dos crimes sexuais contra menores são cometidos de forma presencial e 25% online. José Matos assinala a importância do Serviço de Prevenção aos Crimes Sexuais da Polícia Judiciária numa resposta rápida a este tipo de criminalidade.
A primeira detenção no ano passado pela Secção de Investigação de Crimes Sexuais da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo ocorreu na madrugada de Ano Novo.
De acordo com os dados fornecidos à Lusa, 2022 quase repete o desempenho ao nível de processos abertos em 2021, quando se registaram 2405 (64% de crimes presenciais e 36% online), e ultrapassa os 2103 do ano de 2018.
27 de fevereiro 2023
