Cada gravidez é única. E para ser vivida com tranquilidade é importante que os pais saibam distinguir mitos e factos associados à gestação.
1. Na gravidez é preciso comer por dois
Não, na gravidez não se deve comer por dois. Nem quando a mulher está grávida de gémeos. A alimentação da mãe deve ser adaptada às suas necessidades nutricionais e às do bebé.
A dieta deve ser, sobretudo, variada e equilibrada. A futura mãe deve adaptar a sua alimentação, mas não comer a dobrar. O acréscimo de trezentas calorias diárias é suficiente para nutrir-se a si própria e ao seu bebé, com uma dieta de qualidade e diversificada.
As conclusões de um estudo realizado pela Universidade de NSW, adverte as mulheres que comem de mais durante a gravidez para os perigos de ganhar muito peso, colocando-as em risco de complicações graves na gravidez como a diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia.
2. A grávida não deve comer carne mal passada e alimentos frescos
A toxoplasmose pode causar graves problemas no desenvolvimento fetal. Evite leite ou queijos não pasteurizados, carne mal passada, patés, sushi ou peixe fumado.
Lave em água corrente todos os alimentos frescos, como fruta e vegetais antes de os consumir e tenha especial atenção com saladas que coma fora de casa.
3. Barriga redonda = menina; barriga pontiaguda = rapaz
O sexo do bebé é determinado pelo cromossoma sexual do espermatozoide logo que fecunda o óvulo. A forma da barriga não determina o género do bebé.
4. Durante a gravidez podem aparecer manchas acastanhas na pele
Em algumas mulheres podem aparecer umas pequenas manchas acastanhadas na pele (melasma ou cloasma). Estas manchas aparecem tipicamente na testa, na ponta do nariz, no lábio superior ou nas faces do rosto. Também podem aparecer nas axilas e nas pernas.
5. Na gravidez crescem mais pelos
As profundas alterações hormonais verificadas na gravidez podem levar ao aumento do número de pelos em diversas partes do corpo.
Após o parto, com a regularização da produção hormonal, tudo voltará ao normal.
6. Não se deve fazer exercício físico na gravidez
Estar grávida não é sinónimo de estar parada. É previsível que tenha necessidade de abrandar o ritmo do seu dia-a-dia adaptando-o a um estilo de vida menos stressante.
No entanto, isto não significa que deva abandonar (ou que não possa iniciar) uma atividade física que lhe dê prazer desde que devidamente acompanhada por um profissional. As caminhadas também são uma excelente opção.
7. As relações sexuais na gravidez podem prejudicar o bebé
A gravidez não impede que viva e expresse a sua sexualidade afinal, o seu bebé está bem protegido no útero pelo líquido amniótico e o colo do útero selado pelo rolhão mucoso.
No entanto, é natural que nesse período o seu “apetite” sexual tenha altos e baixos e que muitas vezes lhe apeteça mais receber (e dar) mimos do que ter relações sexuais.
8. É importante fortalecer os músculos pélvicos durante a gravidez e depois do parto
Durante a gravidez e parto, a pressão exercida pelo peso do bebé e pela dilatação, pode provocar um rasgão ou obrigar a fazer uma incisão (episiotomia) nesta área de forma a ampliar o canal de parto para facilitar o nascimento.
Quanto maior for a resistência e a elasticidade muscular, menor a probabilidade de sofrer danos durante o parto, de incontinência urinária e a recuperação no pós-parto será mais rápida.
Por isso, deve iniciar os chamados exercícios de Kegel o mais cedo possível para aumentar a elasticidade dos músculos pélvicos.
9. A grávida não deve viajar
Pode viajar na gravidez desde que observe alguns cuidados, como parar para esticar as pernas e beber muita água para se manter hidratada. Se vai viajar de avião, informe-se junto da companhia aérea sobre possíveis requisitos.
A maioria das companhias aéreas permite viajar até à 36ª semana, mas só se a gravidez não for de alto-risco.
Geralmente, é exigida uma declaração do médico a partir da 28ª semana a atestar que a sua gravidez não tem complicações e o tempo de gestação.
10. No fim da gestação, a grávida não deve usar cinto de segurança
O cinto de segurança deve ser usado durante toda a gravidez, mesmo no fim. Em viagens longas ou curtas. Posicione o cinto por baixo da zona abdominal para maior conforto e segurança, da mãe e do bebé.
11. Os pais devem escolher o pediatra antes de o bebé nascer
O pediatra para o bebé deve ser escolhido antes de o bebé nascer. Idealmente, deve fazer entrevistas com vários para escolher aquele que melhor se adequa às vossa forma de estar, que demonstre disponibilidade para os atender sempre que necessário, entre outros aspetos a considerar.
12. O bebé dorme quando a mãe dorme
Durante a gravidez, o bebé desenvolve o seu próprio ritmo do sono, independente do da mãe. Isto quer dizer que o bebé pode estar desperto quando a mãe dorme ou o inverso.
13. O bebé sente as emoções da mãe
O bebé sente todas as emoções vividas pela mãe devido à variação das substâncias químicas que a mãe liberta de acordo com o seu estado de humor e que passam através da placenta para o sistema do bebé.
O bebé demonstra desde cedo uma série de reações que demonstram que não é indiferente ao que se passa no mundo extra-uterino: assusta-se, movimenta-se, volta-se ou tapa o rosto como reação a estímulos ou eventos externos que o afetam.