De acordo com as últimas indicações da Organização Mundial de Saúde (2009) e da UNICEF, as pesquisas realizadas nos últimos anos fundamentam a importância do aleitamento materno exclusivo e em regime livre nos primeiros 6 meses de vida (180 dias) e a importância de uma alimentação complementar adequada a partir dos 6 meses de idade mantendo-se a amamentação até aos 2 anos ou mais.
Quando iniciar a fase da diversificação alimentar, o seu pediatra pode sugerir como primeiros alimentos o creme de legumes ou a papa de cereais sem glúten (proteína presente em alguns cereais como o trigo, a cevada ou o centeio, e que pode provocar intolerância se introduzido muito cedo na dieta do bebé, desencadeando a doença celíaca). As primeiras papas aconselhadas são as de arroz e/ou milho.
A partir dos 6 meses, introduzem-se lenta e gradualmente novos alimentos mantendo o leite materno até os 2 anos ou mais. Os alimentos devem ser ajustados à idade e etapa de desenvolvimento do bebé e introduzidos regradamente, facilitando a aceitação da nova dieta e a digestão dos novos alimentos de forma adequada.
Dicas para a preparação das primeiras sopas do bebé
As primeiras sopas
O puré de legumes deve conter quatro dos seguintes alimentos: batata, abóbora, cenoura, alface, courgette, alho francês, brócolos, couve branca e cebola. Os restantes legumes devem seguir a regra de introdução de novos alimentos no bebé – introduzir alimentos entre 3 a 5 dias para identificar eventuais reações alérgicas.
Neste puré deve ser adicionado 2.5 a 5 ml de azeite em cru, no prato, já que a gordura é de extrema importância para a estruturação das membranas celulares e maturação dos sistemas nervoso central e imunológico.
Com o passar dos dias, a consistência do puré de legumes deve ser cada vez menos líquida para que o bebé se adapte a diferentes texturas e treine a mastigação.
Algumas indicações para a introdução dos alimentos
Quando chegar a altura de introduzir os alimentos sólidos na alimentação do seu bebé, deve fazê-lo com a orientação do pediatra / nutricionista.
As indicações abaixo são gerais e podem variar consoante o desenvolvimento ou condição de saúde do bebé. A forma como se introduzem os novos alimentos e os próprios alimentos a oferecer ao bebé também podem variar segundo o pediatra / nutricionista que o acompanha.
- Legumes como os espinafres, nabiças, nabo, beterraba, aipo, pimento e tomate são para introduzir um pouco mais tarde (a partir dos 12 meses).
- Os produtos hortícolas têm baixo valor energético e são excelentes fornecedores de vitaminas, minerais e fibra, tal como a fruta. Recomenda-se a sua introdução, gradual, tal como os restantes alimentos, a partir dos 6 meses.
- A fruta deve ser da época, madura e oferecida como sobremesa, crua ou cozida, esmagada ou ralada. Inicialmente começa-se pela maçã, pera, banana, papaia… Após os 12 meses oferecem-se outras frutas, consideradas mais alergogénicas como o morango, kiwi, amoras ou maracujá.
- Com a introdução da alimentação complementar é fundamental oferecer água (engarrafada ou esterilizada) nos intervalos das refeições e em pequenas quantidades.
- Uma dieta simples, diversificada e rica em vitaminas, minerais e fibras, é essencial para a promoção de bons hábitos alimentares e para a saúde do bebé.
Dicas para a preparação das primeiras sopas do bebé
- Não necessita preparar uma sopa nova todos os dias. A sopa pode ser guardada no frigorífico por 4/5 dias, no máximo. Pode ser mais prático preparar várias sopas em maior quantidade e congelar em doses individuais. Não se esqueça de etiquetar a sopa com a data de congelação e com os ingredientes que contém.
- Os legumes devem ser introduzidos separadamente, um novo a cada 3/5 dias, pois assim é mais fácil determinar qual o legume responsável por alguma eventual alergia ou mal-estar.
- Adicone apenas a água necessária para reduzir os legumes a puré. As vitaminas misturam-se na água e, se a eliminar, reduz a riqueza nutricional da sopa. Aproveite a água de cozer os legumes para uma base do puré de legumes mais rica e nutritiva.
- O arroz é um alimento muito utilizado nas sopas do bebé porque o risco de causar alergias é muito reduzido. Para além disso, é um cereal de fácil digestão.
- Não adicionar sal.
- A única gordura de confeção permitida é o azeite, pelas vantagens nutricionais que apresenta. O azeite deve ser adicionado a cru, no prato, antes de servir.
- Por volta dos 7 meses, introduz-se a carne na sopa do bebé. As carnes deverão ser brancas (frango, coelho, peru), muito bem limpas de gorduras e sem pele. Iniciar com porções de 10g. aumentando gradualmente até atingir a dose de cerca de 25-30 g. de carne por dia (aproximadamente o tamanho de uma noz). Esta dose de carne ou peixe poderá ser oferecida toda numa refeição do dia (almoço) ou dividida pelo almoço ou jantar.
- Mais tarde, pode introduzir o borrego (carne tenra e de paladar suave e a gordura fácil de retirar), limpa de pele, ossos e gorduras.
Ao longo do primeiro ano de vida o bebé deve experimentar novos sabores, texturas, odores e temperaturas. Esta diversidade irá ajudar o bebé a desenvolver o paladar, além de das capacidades de sucção, mastigação e deglutição.
É importante que, com o passar dos meses, a alimentação não se baseie apenas em purés ou papas, e que evolua progressivamente para alimentos de consistência mais dura: “o bebé; deve dar aos dentes mesmo antes de os ter”.