Porque é realizada a amniocentese? A amniocentese é um exame realizado durante a gravidez com o objectivo de diagnosticar malformações congénitas e outras anomalias dos cromossomas do bebé. Entenda as razões que podem levar o médico a recomendar este exame em diferentes fases da gravidez.
Porque é realizada a amniocentese?
1. Amniocentese genética
Amniocentese genética fornece informação definitiva sobre a composição genética do bebé o que significa que permite eliminar ou confirmar com certeza a possibilidade de o bebé ter síndrome de Down ou outra anomalia cromossómica.
A amniocentese genética é geralmente realizada após a 15ª semana de gestação (entre a 15ª e a 18ª semana) depois de o médico ter acesso aos resultados dos testes do 1º trimestre, nomeadamente, o exame da translucência da nuca.
O seu médico também poderá desejar realizar a amniocentese para confirmar um diagnóstico de síndrome de Down e, assim, dar ao casal a informação necessária para que tomem uma decisão esclarecida quanto ao futuro da gravidez.
Quando pode ser aconselhada a fazer a amniocentese genética?
1. Quando um teste de rastreio pré-natal deu resultado positivo. Se o resultado de um teste de rastreio – como a 1ª ecografia pré-natal ou o exame da translucência da nuca – são positivos ou preocupantes, o seu médico (você e o seu companheiro) poderá querer confirmar o diagnóstico para ter a certeza do que se passa com o bebé.
2. Se numa gravidez anterior o feto foi afetado pela síndrome de Down ou por uma complicação relacionada com a formação do tubo neural (doença grave que afeta o cérebro ou a medula espinhal do bebé) a sua gravidez atual também é considerada de alto risco.
3. Sem tem 35 anos ou mais. Bebés nascidos de mulheres de 35 anos ou mais têm um maior risco de sofrer de malformações genéticas, como a síndrome de Down (ver Engravidar depois dos 40: implicações materno-fetais).
4. Se você ou o seu companheiro têm registo na história clínica familiar de algum episódio relacionado com malformações genéticas e são, ou existe grande probabilidade, de ser/serem portadores de uma condição genética previamente conhecida.
Além de identificar complicações como a síndrome de Down ou espinha bífida, a amniocentese permite diagnosticar várias outras condições no feto como a fibrose cística ou a anemia falciforme.
2. Amniocentese da maturidade pulmonar fetal
A amniocentese da maturidade pulmonar fetal permite determinar se os pulmões do bebé estão suficientemente desenvolvidos para nascer.
Este exame é realizado quando o médico está a considerar a possibilidade de induzir o parto prematuramente ou fazer uma cesariana para segurança da vida da mãe ou do bebé.
Por norma, este exame é realizado entre a 32ª e 39ª semana da gravidez. No início da 32ª semana, os pulmões do bebé podem ainda não estar suficientemente amadurecidos e com capacidade para desempenharem a 100% as suas funções.
A amniocentese permite avaliar o seu estádio de desenvolvimento e antecipar eventuais cuidados neonatais que o bebé vai precisar no pós parto imediato.
3. Outras razões para realizar a amniocentese
Ocasionalmente, a amniocentese é usada para:
- Avaliar uma infeção ou outras doenças do bebé;
- Diminuir o volume do líquido amniótico;
- Avaliar a gravidade da anemia em bebés que têm sensibilização Rh (condição rara na qual o sistema imunológico da mãe produz anticorpos contra uma proteína específica na superfície das células do sangue do bebé).
O seu médico poderá não aconselhar a amniocentese caso:
- Sofra de problemas placentários, como a placenta prévia (parcial ou total);
- Historial de parto prematuro antes da 34ª semana da gravidez;
- Cérvix incompetente (condição que ocorre quando o tecido do colo do útero é débil o que aumenta a possibilidade de um nascimento prematuro ou um aborto).
Referências bibliográficas: Artigo Amniocentesis de Mayo Clinic staff – http://www.mayoclinic.com/health/amniocentesis; A Biblia da Gravidez, Anne Deans, Editorial Estampa; Gravidez e Parto, Mary Steen, Civilização Editora; Grávida – Livro de Instruções, Sarah Jordan e David Ufberg, Arte Plural Edições; Fertilidade e Concepção, Zita West, Civilização Editor