Sono do recém-nascido: posição de deitar e outros conselhos
Dormir é muito importante para a saúde e crescimento dos bebés e das crianças pequenas. Não é preciso silêncio absoluto, nem escuridão total, só é preciso um ambiente calmo e um cantinho protegido. Contudo, à noite deve haver silêncio e escuridão.
O recém-nascido dorme aproximadamente 16 a 20 horas por dia, em períodos de 1-4 horas, seguidos de 1-2 horas acordado. Os ciclos sono/vigília dependem essencialmente da saciedade e da fome. A quantidade de horas dormidas durante a noite é sensivelmente igual à quantidade de horas dormidas durante o dia.
A melhor posição de deitar e outros conselhos
- Deite o bebé de costas para baixo.
- Para evitar o perigo de sufocação, não use almofada e nunca o prenda com cintos ou fitas.
- se o bebé se destapa muito, use um cobertor grande que possa prender por baixo do colchão, mas suficientemente à vontade para ele possa continuar a espernear.
- Se a cama for muito grande, faça “meia cama”, ou seja, os pés do bebé ficam em contacto com os pés da cama.
Durante a noite, tente que o quarto onde está o bebé fique em silêncio, para não lhe perturbar o sono. Se o bebé não dormir no seu quarto, compre uns intercomunicadores e, assim, poderá deixar a porta do quarto fechada. Se tem mais filhos, peça-lhes para não fazerem barulho.
Coloque no candeeiro da mesa-de-cabeceira uma lâmpada que emita luz vermelha de baixa potência: é indicada para não incomodar o bebé durante as mamadas noturnas e a mudança das fraldas pois é a cor que menos suprime a produção de melatonina.
Estabeleça uma rotina e siga-a diariamente. É a melhor forma de “educar” o bebé nas questões do sono e das refeições.
A síndrome de morte súbita do lactente (SMSL)
A síndrome de morte súbita do lactente é um acontecimento devastadora porque o lactente morre inesperadamente e de uma causa não explicada.
A maioria (90%) das mortes acontece entre os dois e os sete meses de idade, mas por definição pode ocorrer desde o 1º e o 12º meses.
Recentemente, um estudo conclui que estes lactentes apresentam alterações a nível cerebral (tronco cerebral), nomeadamente um defeito no transporte de serotonina, em zonas que controlam as funções respiratórias, cardíacas, arteriais e térmicas. A anomalia faz com que o cérebro não desencadeie mecanismos de reacção, quando há problemas naquelas funções.
Estatísticas internacionais estimam uma prevalência que ronda os dois por mil nascimentos. Pelo contrário, em Portugal a prevalência baixa para 0,1-0,2 por mil nascimentos (o que pode representar desconhecimento da verdadeira extensão do problema).
Ocorre mais frequentemente no inverno e durante a noite.
Muitas vítimas de SMSL tiveram recentemente um resfriado, tosse, febre, vómitos ou diarreia.
Alguns lactentes poderão experimentar “episódios de aparente ameaça de vida” (ALTE), portanto eles deixam de respirar por alguns segundos, recuperando rapidamente após uma estimulação mínima.
A ajuda imediata pode salvar estes lactentes. Se o lactente não respira e/ou o coração não bate, comece, imediatamente, as manobras de reanimação cardio-respiratória e chame imediatamente o 112!
Para mais informação sobre este tema consulte o artigo síndrome de morte súbita do lactente.
Cuidados essenciais ao recém-nascido:
- Um novo bebé: conselhos para a mamã
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Artigo reproduzido no Mãe-Me-Quer com autorização do autor, Dr. Armando Manuel Rainha Fernandes, Especialista em Pediatria Médica, Centro Pediátrico de Telheiras, última atualização a 16-02-2013.