E se perder o meu bebé?
Um dos maiores receios na gravidez é o aborto espontâneo, particularmente no primeiro trimestre da gravidez período de grande vulnerabilidade no desenvolvimento do bebé. A maioria dos abortos espontâneos ocorre no primeiro trimestre da gravidez (cerca de uma em cada cinco gravidezes terminam com aborto algumas das quais, sem que a mulher se aperceba que estava grávida, confundindo a expulsão do material genético com uma menstruação). Esteja atenta aos sinais de alarme de aborto espontâneo.
A partir das 12 semanas da gestação, o risco de aborto espontâneo decresce drasticamente. Por volta da 13ª semana da gravidez, o risco de aborto diminui para cerca de 65%.
Apesar de não servir de consolo para quem perde um bebé, o aborto espontâneo é uma forma de seleção natural que evita que uma gravidez incompatível com a vida prossiga.
E se o meu bebé não for saudável?
A possibilidade de o bebé não se desenvolver de forma saudável é uma preocupação sempre presente, especialmente nos primeiros três meses da gravidez, fase mais delicada do desenvolvimento embrionário.
As consultas e exames pré-natais são o primeiro passo para determinar se está tudo bem com o bebé. Se houver dúvida, os exames de medicina fetal (como a amniocentese ou a biópsia das vilosidades coriónicas) são capazes de detetar com maior precisão a ocorrência de anomalias genéticas.
Complementados com as ecografias da gravidez (irá realizar pelo menos 3 ecografias, uma em cada trimestre da gravidez), estes exames permitem analisar as várias estruturas do feto, acompanhar o desenvolvimento do bebé e verificar outras complicações da saúde materno-fetal (como o rastreio da pré-eclâmpsia).
Se têm conhecimento de alguma situação de saúde familiar que possa influenciar o normal desenvolvimento do bebé devem comunica-lo ao médico na consulta pré-natal por forma a avaliar todas as alternativas. Para ajudar a evitar malformações neurológicas deve fazer um suplemento de ácido fólico, idealmente, três meses antes de engravidar.
Será que estou a prejudicar o meu bebé?
As angústias e as dúvidas podem ser muitas. De facto, os comportamentos e os hábitos de vida da futura mãe podem influenciar o normal desenvolvimento do bebé uma vez que este dependente exclusivamente do corpo da mãe para crescer.
“Se me deitar de barriga para baixo, magoo-o o bebé?”, “Fazer sexo magoa o bebé?”, “Sou fumadora. A saúde do meu bebé pode ser prejudicada?”, “Que alimentos podem prejudicar o bebé?”, “Como por dois. Como se sente o meu bebé?”.
Muitas vezes, as dúvidas e receios são infundados. Se a futura mãe cuidar de si própria e se mantiver um estilo de vida saudável, a gravidez prossegue com normalidade. Sempre que tiver dúvidas, partilhe-as com o seu médico. Só ele a poderá esclarecer e tranquilizar.
Sinto-me triste e melancólica. Será que sofro de depressão pré-natal (depressão na gravidez)?
Na gravidez, as mudanças de humor são mais normais do que se possa supor. Algumas mulheres ficam com a sensibilidade à flor da pele e vivem com maior intensidade das emoções, sejam elas positivas ou negativas. A grande variação dos níveis hormonais e a antecipação do que ai vem podem gerar angústia, tristeza e irritabilidade.
Para evitar o desgaste emocional e uma consequente depressão pré-natal procure relaxar sempre que poder. Abrande o seu ritmo de vida diário, alimente-se bem e dedique algum tempo do seu dia a realizar uma atividade que lhe dê mesmo prazer e que a ajude a descontrair. Evite concentra-se nos problemas e decida as coisas com calma.
Aproveite para descansar sempre que poder porque os primeiros tempos com o seu novo bebé serão exigentes e também precisará de energia e boa disposição para os enfrentar.
E se entrar em trabalho de parto antes do tempo?
A percentagem de gravidezes normais, vigiadas, que terminam num parto prematuro é reduzida. No caso de uma gravidez de risco, já terá sido alertada para essa possibilidade e, provavelmente, já foram adotados protocolos clínicos para evitar que tal ocorra. Também é importante que aprenda a reconhecer os sinais de parto e os fatores de risco que exigem o contacto imediato com o seu médico.
O trabalho de parto prematuro ocorre, na maioria dos casos, quando há histórico de nascimentos prematuros anteriores, no caso de uma gravidez gemelar ou quando existe alguma condição de saúde materna em que a manutenção da gravidez pode agravar o seu estado de saúde ou colocar em risco o bem-estar do bebé.
Não obstante, alguns partos são prematuros mesmo sem estes sintomas ou situações de risco. No entanto, a percentagem é tão diminuta que não se deve preocupar com estas exceções. Se tiver alguma dúvida ou receio, fale com o seu médico e estabeleça com ele a melhor estratégia para a ajudar a controlar essa ansiedade.
E se a bolsa de águas se rompe em público?
No final da gravidez, e se continuar com as suas atividades normais, rebentar a bolsa de águas em público é uma possibilidade real.
Contudo, a bolsa de águas rompe depois de alguns sinais de que o parto está para breve. Se já sente contrações ou o último exame indicou que o bebé está pronto para nascer, pode tomar algumas precauções e prepara-se psicologicamente para essa possibilidade.
E não se preocupe. Romper a bolsa de águas não significa que tudo à sua volta vá ficar encharcado. A perda de líquido pode ser mínima. Para além disso é sempre uma emoção para quem estiver perto de si poder testemunhar o início de um nascimento!
Tenho medo do parto. Será que vou sofrer muito?
Um dos maiores medos associados ao trabalho de parto e ao parto, ao lado das complicações médicas, é a dor e surge naturalmente a partir do terceiro trimestre da gravidez com a aproximação da data do nascimento. Estar bem informada sobre as várias fases do parto e o que pode fazer para minorar o desconforto associado a cada uma delas pode ser uma boa forma de lidar com a dor e ansiedade, evitar surpresas e manter-se no controlo da situação. Hoje em dia, há várias opções para um parto sem dor como a anestesia epidural que ao controlar a dor também permite uma experiência de parto mais positiva.
Esclarecer as dúvidas nas consultas pré-natais, trocar experiências com outras mães, frequentar o curso de preparação para o parto (onde, por exemplo, irá aprender técnicas de respiração e relaxamento que a vão ajudar a controlar a dor durante o trabalho de parto e a expulsar o bebé na última fase do parto), visitar as instalações onde planeia ter o seu bebé, estabelecer uma relação de confiança com a equipa clínica que a vai assistir e pedir ao seu companheiro para a acompanhar no parto, podem ser boas estratégias para encarar o momento do parto com mais confiança e tranquilidade.
As consultas e exames pré-natais permitem antever e planear com maior segurança o momento do parto. Pode acontecer que o momento do nascimento do seu filho não seja exatamente como imaginou mas mantenha a confiança de que terá a seu lado profissionais competentes que a ajudarão a lidar com cada fase do processo por forma a salvaguardar o seu bem-estar e o do seu bebé.
E se não for capaz de amamentar?
Na amamentação o mais importante é acreditar que é capaz de amamentar. Descomplicar, estar informada, confiante e seguir o seu ritmo e o do bebé. É importante que se prepare para a amamentação ainda durante a gravidez e que mantenha esses cuidados depois do parto (no que respeita, por exemplo, à sua alimentação).
A grande maioria das mulheres produz leite (cerca de 98%). O leite materno é um alimento nutricionalmente completo, rico em anticorpos que protegem o bebé contra infeções e cada mamã o produz exatamente à medida das necessidades do seu bebé
Uma das medidas do programa Hospital Amigo dos Bebés preconiza que o bebé seja colocado ao peito da mãe logo após o nascimento (na primeira meia hora) para incentivar o aleitamento.
Durante o internamento, recorra aos profissionais de saúde para ultrapassar eventuais dificuldades e obter outra informação sobre a amamentação e o seu bebé. Por exemplo, é normal que o bebé perca algum peso nos primeiros dias de vida sem que isso signifique que o seu leite é mau ou insuficiente para o alimentar.
Em algumas circunstâncias poderá ser recomendado não amamentar. As doenças infeciosas, estados de mal nutrição ou a dependência de drogas estão entre as principias causas que justificam a decisão de não amamentar o bebé.
Aconselhe-se sempre com o seu médico ou Pediatra antes de alterar a dieta do bebé. Só o médico a poderá orientar corretamente e de acordo com as necessidades nutricionais do seu bebé.
Serei capaz de cuidar do meu bebé?
“Nunca mudei uma fralda na vida!”, “Estou tão cansada! Não sei se me vou conseguir levantar à noite para amamentar o meu bebé!”, “E se adormeço e depois não ouço o bebé a chorar?”, “E se não souber o que fazer para o consolar?”
Nos primeiros dias as dúvidas são mais do que muitas. A boa notícia é que esses dias passam num abrir e fechar de olhos e, quando der conta, basta olhar para o seu bebé para saber exatamente do que precisa. No início, pode cometer alguns erros mas depressa aprende a mudar fraldas ou a embalar o seu bebé exatamente como ele gosta.
Aproveite bem as aulas de preparação para o parto para aprender os cuidados essenciais ao bebé. Envolva o seu companheiro no conhecimento dos cuidados ao bebé. Com essa informação, apoio e alguma paciência, tudo correrá pelo melhor. Se tiver dúvidas aproveite a ida às consultas para as esclarecer junto dos técnicos de saúde. Peça o contacto telefónico do seu médico ou pediatra para ligar em situações de SOS.
Mais importante do que dominar as técnicas, é conhecer o seu bebé. Dedique-lhe muito tempo. Dedique tempo a si. Peça ajuda. Adapte-se ao ritmo do seu bebé.
E se não conseguir emagrecer depois do parto?
Nas primeiras 6 semanas após o parto o seu corpo passa por uma série de alterações – puerpério – para voltar ao estado anterior à gravidez e se preparar para esta nova fase (como a amamentação). Estas alterações podem deixá-la insegura, cansada e vulnerável.
Nos primeiros meses é natural que se sinta “pesada” e que continue a usar a roupa de pré-mamã especialmente se não esteve atenta à sua alimentação e ganhou alguns quilos a mais. Se está a amamentar, este não é o período ideal para dietas radicais. Se o peso a incomoda, procure ajuda profissional e não embarque em sugestões ou dietas que podem não ser ajustadas às suas necessidades nutricionais e energéticas.
A perda de peso é um processo gradual e com uma boa alimentação e exercício físico adequados rapidamente chegará ao peso que tinha antes de engravidar (em média, a recuperação do peso exige 8 a 10 meses mas tudo depende do metabolismo de cada mulher e dos cuidados pré-natais).
Algumas medidas que podem ajudar a recuperar a forma:
- Manter a aplicação de um cuidado anti-estrias no abdómen, seios e anca até recuperar o equilíbrio hormonal (recuperação do ciclo menstrual).
- Fazer uma dieta variada e equilibrada de acordo com as suas necessidades energéticas.
- Beber regularmente água (pelo menos 1,5 litros por dia) esteja ou não a amamentar.
- Não iniciar dietas para emagrecer antes de recuperar o equilíbrio hormonal e sem aconselhamento médico.
- Retomar uma atividade física regular, gradual, mediante aconselhamento médico.